1. Quinze dias após a entrada em vigor do Orçamento de Estado para 2013 o Banco de Portugal divulga as suas actuais previsões macroeconómicas para este ano, as quais arrasam literalmente as previsões do Governo que constam deste Orçamento de Estado e mostram que no corrente ano a espiral recessiva da nossa economia se vai aprofundar.
2. Basta dizer que o Banco de Portugal estima para já uma queda do PIB (-1,9%), do Investimento de (-8,5%) e do Consumo Privado (-3,6%) que são praticamente o dobro das quedas previstas pelo Governo e uma subida das Exportações de 2% que é também quase metade da prevista pelo Governo.
3. A acrescentar a tudo isto depois de uma queda do emprego de 2,8% em 2011, de 3,9% em 2012, o Banco de Portugal estima para 2013 uma queda de 1,9%. Ou seja depois de terem sido destruídos 141 mil postos de trabalho em 2011, 187 mil em 2012, o Banco de Portugal estima agora uma destruição de quase 100 mil postos de trabalho em 2013. A confirmar-se esta previsão o país terá perdido como resultado da assinatura do pacto de agressão e das políticas recessivas que têm vindo a ser prosseguidas mais de 400 mil postos de trabalho em 2 anos e meio.
4. Tendo por base as actuais previsões do Banco de Portugal para 2013 os impactos recessivos do Pacto de Agressão assinado em 17 de Maio de 2011 reflectir-se-ão no final do ano numa queda acumulada do PIB de cerca de 7,2%, numa queda do investimento de 41%, do Consumo Privado de 14%, do Consumo Público de 11% e da Procura Interna de 17,5%.
5. O Banco de Portugal tem ainda o cuidado de nos advertir para o facto de estas previsões terem por base os impactos previstos com as medidas de política aprovadas no OE 2013. Ou seja outras medidas recessivas que possam vir ainda a ser aprovadas ao longo do corrente ano não estão naturalmente incorporadas nestas previsões. Dito de outra forma é bem possível que a recessão possa ainda ser maior caso o Governo consiga implementar mais cortes no Orçamento de Estado como tem vindo a ameaçar.
6. O quadro recessivo que vivemos não tem qualquer paralelo no período pós-25 de Abril e é bem possível que a taxa de desemprego, a não serem travadas estas políticas se possa aproximar dos 18% em sentido restrito, ou seja, no final de 2013 o País atingir o milhão de desempregados, com o desemprego em sentido lato a aproximar-se do milhão e meio e o número de portugueses abaixo do limiar de pobreza, com a redução dos apoios sociais, a atingir bem mais do que dois milhões de portugueses.
7. A necessidade de se travarem estas políticas neoliberais e de se demitir este Governo emerge cada vez mais como um imperativo nacional, sob pena de se tal não se conseguir o País ver o seu tecido económico e social destruído e quem sabe o actual regime democrático poder mesmo ser posto em causa.
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