Perguntas
e afirmações
1ª.
Se perguntar não ofende: quanto custa ao Estado manter a banca
comercial privada, que viveu e tem vivido acima das suas
possibilidades? Portugal pode dar-se ao luxo de ter uma banca privada
comercial que cria moeda e vive á custa dos contribuintes , dos
pequenos e médios empresários , das negociatas e da especulação?
2ª.
O deflator da taxa de inflação no PIB já está negativo ,
confirmando o que afirmámos há mais de 6 meses.
O
risco de entrarmos em deflação é real o que colocaria Portugal
numa situação extremamente perigosa.
Aos
que encolhem os ombros, é lembrar o caso do Japão!
3ª.
Alguns dos que enterraram o país e respectivos comentadores de
serviço andam a afirmar que os juros que estamos a pagar pelo
empréstimo da troika são aceitáveis, que não são juros agiotas,
procurando assim demonstrar ser desnecessário a
renegociação da dívida.
As
melhorias já conseguidas na taxa do empréstimo em consequência do
caso da Grécia, ainda nos coloca numa situação inaceitável e
insustentável.
As taxas de juro têm que ser comparadas com as que se praticam na
actualidade. Ora a taxa directora do BCE já baixou de 1% para 0,75%.
O empréstimo da troika tem uma taxa média superior a 3 % . A banca
financia-se no BCE a 0,75 % !....
4
ͣ Conversa do Gaspar :Vejam como estamos a ir bem.
Vamos antecipar a ida aos mercados!
Mas
é verdade ou não que só conseguiremos ir aos mercados para nos
financiarmos a juros aceitáveis com o apoio e a intervenção do
BCE?
É
ou não verdade que se o BCE há muito tivesse tido esta intervenção,
como sempre afirmámos e defendemos, o perfil da nossa dívida seria
hoje muito mais favorável?
É
ou não verdade que o financiamento futuro não está assegurado e
que estamos com a economia no charco?
É
ou não verdade que se o BCE financiasse os estados directamente como
faz à banca privada estaríamos hoje com taxas de 0,75% a três anos
e com taxas muito mais baixas do que as que temos a mais longo prazo?
5
ͣ .
Afirmam
alguns, que a renegociação da dívida está dependente dos outros,
da “sua boa vontade”, dando a ideia de que nós não contamos.
Contamos e muito. A UE não está em condições de deixar um país
cair em default (banca rota), seria o fim do euro.
Por
isso, nós também temos força de negociação.
Se
Portugal, sem arrogância, sem fazer bluf, nem chantagem, mas com
firmeza na defesa dos interesses nacionais, colocasse a questão de
diminuição das taxas de juro e o alongamento dos prazos, como vital
que é para o País, relançar a actividade económica e amortizar a
dívida – indo até às últimas consequências – a UE estaria em
condições de não ceder?
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