Esperemos que haja mais vida para além do orçamento, mas esta mesma vida encontra-se constantemente ameaçada pelas ações imperialistas. O caso de Taiwan torna-se de momento um grave perigo para a paz.
Taiwan faz parte da China desde 1683, sendo antes refúgio de piratas e depois de “descoberta” pelos portugueses – a Formosa – também entreposto de holandeses e espanhóis.
Pelo "Comunicado de Xangai" de 28 de fevereiro de 1972, os EUA assinaram com a China um acordo em que: "reconhecem que todos os chineses de ambos os lados do Estreito de Taiwan sustentam que há apenas uma China e que Taiwan é parte da China. O governo dos Estados Unidos não contesta essa posição, reafirmando o seu interesse numa solução pacífica da questão de Taiwan pelos próprios chineses.”
Os belicistas de Washington querem ignorar o acordo, considerando “ter perdido Taiwan” e fomentam a sua formalização como país independente. Por seu lado a China continua a fortalecer a sua preparação militar para obter uma influência decisiva e resolver a questão de Taiwan.
A China está determinada a defender a soberania nacional e a realizar a reunificação, disposto a “lutar até a morte contra qualquer um que nos desafie e nos obstrua.” “Não se trata de uma escolha em que realizaremos a reunificação quando for fácil e desistiremos quando for difícil.“
A questão de Taiwan tornou-se o centro do confronto entre os EUA e a China. A posição do governo da China é que os EUA pretendem criar maiores obstáculos à ascensão da China, jogando a "carta de Taiwan", mas esta não é uma questão de morte que os EUA defenderão independentemente dos custos e das vidas. Washington nunca lutará até a morte com o continente chinês pela secessão da ilha. Para além da retórica, os EUA não têm força para assumir compromissos "sólidos como uma rocha" – como dizem - com Taiwan.
O Estreito de Taiwan e a área próxima estão dentro do alcance de ataque do Exército Popular da China. O envio de forças navais e aéreas dos EUA para defender Taiwan seria um golpe mortal para os soldados norte-americanos. Além disso, a China é uma potência nuclear com mísseis balísticos intercontinentais DF-41 e JL-3. Esta realidade limita os EUA quanto ao uso de armas nucleares. Em suma, considera a China, os EUA não são mais o país que pode exercer chantagem militar contra a China. Tudo o que pode e está a fazer são jogos geopolíticos.
Por outras palavras, temos de volta a tese do imperialismo “como um tigre de papel”, só que os argumentos agora são muito mais fortes! “Os EUA e a ilha de Taiwan deveriam parar de tentar assustar o continente chinês de que a reunificação pela força gerará sérias consequências políticas e económicas. Nos últimos anos, os Estados Unidos já mostraram quais serão essas consequências com sua contenção total contra a China. Todos os chineses já os viram e o efeito dissuasor será zero.”
Os independentistas da ilha pensam obstinadamente que os EUA nunca os abandonarão e lutarão com a ilha para deter o continente. Isso nada mais é do que uma ilusão. Assim que o continente tomar a decisão política de resolver a questão de Taiwan pela força, as pessoas verão uma versão moderna da libertação de Nanjing durante a Guerra de Libertação da China (1946-49). Nesse ponto, abandonar Taiwan será a escolha inevitável dos EUA.
Recentemente, o comandante do exército de Taiwan visitou os Estados Unidos. Há informações de que os EUA pretendem colocar unidades militares em Taiwan. A China num editorial do Global Times declarou que nesse caso enviará unidades suas para a ilha. A situação através do Estreito está portanto a ser empurrada para um confronto final.
“A China não desistirá de uma solução pacífica para a questão de Taiwan, mas a reunificação deve ser o fim dessa solução pacífica, ao invés de "duas Chinas" ou "uma China e um Taiwan".
Neste contexto o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Moscovo continuou a apoiar firmemente a posição de Pequim sobre Taiwan como parte integrante da China. Também sublinhou que Moscovo apoiaria Pequim nos seus esforços legítimos para reunir a província separatista com o resto do país. Muitos observadores concluíram que a declaração de Lavrov foi um sinal claro para todas as partes da crise: a Rússia provavelmente apoiaria até mesmo a tomada militar da ilha por Pequim.
Entretanto a China e a Rússia realizaram exercícios navais conjuntos no Mar do Japão, exibindo o "maior nível de confiança e capacidade".
Assim vai o mundo… para além do orçamento.
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