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21 de junho de 2022

Argumentos para uma manifestação pela paz... vindos dos EUA

 Donald Gross é advogado em Washington, DC, foi diretor dos assuntos legislativos no Conselho de Segurança Nacional dos EUA na Casa Branca, consultor sénior do Departamento de Estado dos EUA e conselheiro da Agência de Controle de Armas e Desarmamento dos EUA durante a Administração Clinton-Carter. É, portanto, alguém que fez carreira na Casa Branca. O que nos diz é o mínimo de razoabilidade sobre a guerra na Ucrânia para ser entendido por qualquer pessoa, à exceção dos psicóticos que insistentemente disparatam nas TV ou nas redes sociais sobre esta questão.

Donal Ross apela ao bom senso e às pessoas de boa vontade, precisamente o que não existiu nos finais de 2021 quando a Rússia propôs um tratado de segurança coletiva na Europa. Quem quiser recordar 1939 e as tentativas da - diabolizada - direção da URSS para um tratado junto da França e da Grã-Bretanha, pode encontrar semelhanças.

Eis o que Donald Gross nos apresenta como argumentos para a paz na Ucrânia. (1)

"A guerra Ucrânia-Rússia dura mais de cem dias. Agora é um momento crítico para refletir sobre os argumentos das pessoas de boa vontade para exortar os seus líderes a acabarem com a guerra. Os benefícios de fazê-lo são manifestos. Parar a guerra seria:
- Acabar com os ferimentos e mortes crescentes na Ucrânia de todos os combatentes, não combatentes, idosos, crianças e pessoas com deficiência.
- Acabar com a prática de crimes de guerra
- Permitir que milhões de refugiados voltem à Ucrânia
- Lançar as bases para o estabelecimento de paz, estabilidade e prosperidade a longo prazo
- Possibilitar todo o tratamento médico e reabilitação necessários para as vítimas da guerra
- Facilitar a assistência humanitária urgente e extensiva às pessoas necessitadas
- Prevenir a escalada previsível para um potencial conflito nuclear por meio do uso de armas nucleares táticas pela Rússia ou por meio de um confronto direto entre as forças da NATO e da Rússia
- Restabelecer eletricidade, água potável e aquecimento para pessoas necessitadas
- Permitir que os prisioneiros voltem para casa
- Mitigar sérias disputas internas da NATO e da UE que possam levar à divisão ou dissolução a longo prazo de tais órgãos
- Permitir a plena investigação e julgamento de crimes de guerra por agências internacionais
- Reduzir a desinformação veiculada pelos meios de comunicação para justificar a continuação da guerra
- Permitir que o comércio internacional retorne gradualmente aos níveis normais
- Preservar as artes culturais e os locais culturais da Ucrânia
- Prevenir a fome e enfrentar uma crise alimentar global aumentando rapidamente a disponibilidade de cereais e fertilizantes para os países necessitados
- Acabar com a inflação relacionada à guerra
- Reduzir os preços de combustíveis a um nível aceitável
- Prevenir o possível uso de armas químicas ou biológicas
- Evitar o risco e perigo de “armas nucleares soltas” recorrentes na região
- Aumentar a dependência dos mecanismos de resolução de disputas internacionais fornecidos pelas Nações Unidas, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio e Fundo Monetário Internacional em vez de recorrer ao uso da força
- Facilitar negociações urgentes de controle de armas nucleares e convencionais envolvendo EUA, Rússia, França, Reino Unido e China
- Reduzir as ameaças públicas para escalar a guerra feitas por governos e agentes internacionais
- Facilitar a reconstrução essencial na Ucrânia de infraestruturas e habitações que foram destruídas ou danificadas
- Prevenir e remediar a extensa devastação ambiental que está ocorrendo na região
- Acabar com as medidas autoritárias tomadas pela Rússia e Ucrânia para promover seus objetivos de guerra
- Antecipar um período de fraco crescimento económico e recessão em muitos países que é projetado pelo Banco Mundial, OCDE e outros como consequência da guerra

Após mais de cem dias de guerra, todos os líderes nacionais devem voltar a sua atenção para o fim do conflito Ucrânia-Rússia, para que a comunidade internacional possa envolver-se numa extensa reconstrução na Ucrânia para o bem de todas as pessoas e do planeta."

Os destaques a negrito são nossos. Não serão o que de mais importante é dito, mas parecem-nos merecer destaque pela oportunidade face ás políticas e propaganda vigente.

1 - The Case for Stopping the Ukraine-Russia War - CounterPunch.org

1 comentário:

José Abreu disse...

Alguém com juízo, obviamente fora do lobby do armamento, do outro lado do Atlântico. O problema é que o foicebook ouviu-o mas na NATO (o mesmo que dizer US) e na UE ninguém está interessado na paz. Guerra até ao ultimo ucraniano é a ideia.