Um ataque de nervos que pode ser fatal. Como não sabem ou não podem fazer, falam, mas é tudo inconsequente e já quase ninguém fora dos círculos desta Europa os leva a sério. Abandonados pelo padrinho do outro lado do Atlântico sentem-se perdidos e o mais simples, é culpar uma pessoa, neste caso Trump, fazendo por ignorar que o sistema unipolar do ocidente ruiu.
Na UE a crise é geral. A incapacidade da UE fazer algo significativo está patente no falhanço do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, a "bazuca" económica: os países e as pessoas estão em piores condições que antes. Agora deliram na vertigem das despesas militares, é mais uma visão virtual sem se saber como vão ser pagas e o que o orçamento UE tem a dizer sobre o assunto.
Cristine Lagarde faz uma a conferência com o título sugestivo: "O papel da Europa num mundo fragmentado", confissão do fim do domínio global do imperialismo. Porém, a senhora delira ao dizer que o euro pode tornar-se uma alternativa ao dólar, perante a “incerteza que existe quanto à sua dominância". Para esta senhora, paradoxalmente o papel mais relevante do euro não tem que estar associado a maior competitividade, economias fortes e não endividadas, mas sim... a um maior poder militar que possa apoiar as parcerias! “Os investidores investem em ativos de regiões que são parceiros de segurança fiáveis e que conseguem honrar alianças com um forte poderio militar”. Uma frase que é todo um programa, em que só conta o lucro e os interesses nacionais não existem, como parece que Trump descobriu.
A situação atual “coloca a Europa em risco”: “com as respostas políticas necessárias, podem abrir-se novas oportunidades”, sendo uma delas o crescimento do euro. Três pilares fundamentais: a criação de um mercado financeiro mais profundo e líquido na Europa (como?) um reforço das bases legais e o compromisso de abrir o comércio com capacidades de segurança. Será necessário explicar a esta senhora que ganha 35, 6 mil euros por mês (além das mordomias) que o comércio internacional tem que ver com financiamento, competitividade e capacidade de colaboração mutuamente vantajosa com parceiros locais. A única coisa que a oligarquia sabe fazer é explorar e deixar os povos no atraso. Um exemplo: a industria extrativa em Portugal em que com a prestimosa colaboração das políticas de direita o material é exportado com um mínimo de transformação para transporte... de acordo com o interesse dos "investidores".
Segundo a Lagarde, o dólar atualmente representa apenas 58% das reservas internacionais, o nível mais baixo em décadas, embora bastante acima da participação do euro, de 20%.
Putin enerva-os. A Rússia não fez nada do que tinham dito: não foi derrotada, a economia não se afundou, as armas maravilha da NATO - que iam fazer a diferença - estão em sucata. O que é real é que o envolvimento na guerra contra a Rússia e a separação económica e geopolítica da Rússia, apenas reforçou a dependência no sector energético e quanto ao complexo militar-industrial dos EUA.
Não é só a Lagarde que vê a UE em risco - que ela tinha obrigação de evitar - outros nervosos como Macron - já apanha da mulher - considera a Europa vulnerável e que pode morrer (?!). Outra das "competências" desta Europa, Mario Draghi, falou do risco de uma "morte lenta e agonizante". Qualquer deles muito prestigiados, apesar de flagrantes provas de incompetência na gestão dos seus países.
Líderes e burocratas completamente baralhados veem que os interesses da sua Europa pouco ou nada contam até para os aliados. Trump olha-a como um rival económico e um abusador da sua riqueza; os neocons - que a burocracia e os propagandistas adoram - como agentes da sua guerra contra a Rússia.
Também dominada pelo nervosismo, confessando a sua incompetência, a von der Leyen diz que o destino da Europa (leia-se, UE) está em causa, isto depois de derrotarem a Rússia e da "bomba atómica" das sanções. Solução: fazer sua a propaganda dos neonazis e dos corruptos do clã de Kiev.
Enfim, com a máscara da segurança militar e dos valores, líderes e burocratas incapazes de mudanças positivas, procuram iludir o seu declínio e a falência das suas teses e "regras". Em perfeita sintonia os grandes media vão promovendo a extrema-direita e boicotam o simples bom-senso e a coragem de dizer que é urgente mudar o sistema, sine qua non o declínio não vai parar.
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