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1 de dezembro de 2021

O silêncio sobre os perigos da situação internacional - Rússia

 Os noticiários e os comentadores mantêm-se à margem da situação internacional, à parte os jogos florais dos "regimes" e dos "totalitarismos". Preferem as guerrinhas de alecrim e manjerona do ego de "candidatos a primeiro-ministro" (mas esta gente não tem noção do ridículo?!), em que pretendem provar qual é o melhor ao serviço do grande capital. E no entanto, analistas de política internacional e estratégias militares, mostram claramente como estas situações se agravam. Claro que o objetivo ditado pelo imperialismo é manter o povo distraído e sorridente, para o colocar depois perante factos consumados, de uma guerra em consequência das "ameaças russas".

E no entanto, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, encontrou-se com seu homólogo da Letónia e participou na Reunião de Ministros da NATO, prometendo "graves consequências" no caso de "nova agressão russa" na Ucrânia. Referiu-se à "concentração de tropas" da Rússia perto da fronteira com a Ucrânia, dizendo que era "incomum", observando que qualquer escalada de Moscovo provocaria "graves preocupações" nos Estados Unidos. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também disse que o movimento das tropas russas perto da fronteira com a Ucrânia é "não provocado e não explicado."

A NATO insiste sobre supostos planos da Rússia de invadir a Ucrânia. Repetidamente a Rússia afirma que se trata de um boato infundado visando cobrir os próprios projetos agressivos da NATO na região e dar cobertura a nova ofensiva de Kiev no Donbass

Recentemente, os EUA enviam uma força de 10 bombardeiros estratégicos, simulando um ataque nuclear, só se detendo a 20 km do espaço aéreo russo. Foram também detetados mais de 50 aviões de reconhecimento e drones, além de equipamentos militares da NATO movidos para as proximidades das suas fronteiras. O secretário-geral da NATO, Stoltenberg, disse à CNN que a aliança triplicou a dimensão dos seus recursos e aumentou sua presença nos mares Negro e Báltico para conter a presença russa. Um destruidor de mísseis guiados da Marinha dos EUA, o ‘Arleigh Burke’, foi implantado no Mar Negro, logo após dois outros navios de guerra americanos terem sido localizados nas mesmas águas.

A NATO instala uma "força avançada na Ucrânia; os EUA armam intensamente, treinam e mentalizam tropas da Ucrânia dominadas por assumidos nazis, desejosos de guerra, condição da sua sobrevivência num Estado completamente falhado, falido e humanamente caótico. Segundo a Rússia, forças ucranianas atacam as zonas do Donbass que contestam os nazis de Kiev com equipamento dos EUA, o que pode, levar a provocações generalizadas. Os planos de fornecer armas letais a Kiev, irão destruir qualquer esperança de paz na região.

Imagine-se se tudo isto se passasse ao invés nas imediações dos EUA e a Rússia se considerasse atacada por movimentações de tropas dos EUA no seu território!

Tanto Dimiyti Orlov como The Saker têm apresentado aprofundadas análises sobre as atuais ameaças à paz. Para The Saker: uma guerra é perfeitamente possível em qualquer um dos seguintes locais, ou mesmo em vários simultaneamente: guerra EUA-China sobre Taiwan; ataque anglo-sionista contra o Irão; guerra envolvendo os Estados Bálticos mais a Polónia contra a Bielorrússia; guerra da Ucrânia contra Lugansk e Donetsk + Rússia; guerra NATO-Rússia na região do Mar Negro; retomar a guerra entre a Arménia e o Azerbaijão.

O problema é que a Rússia não vai, em nome da sua existência como Estado soberano, recuar em seu impasse com a NATO sobre a Ucrânia ou no Mar Negro e voltar aos tempos, de miséria e caos, de Ieltsin, um alcoólico ao serviço da NATO. Subestimar a determinação da Rússia pode ser desastroso, disse o principal diplomata de Moscovo em Washington, alertando sobre o atual agravamento das relações com os EUA: "há sugestões aqui expressas, de que uma cabeça desesperada possa aparecer na Ucrânia ou um grupo de combatentes que tentarão testar a força da defesa russa, contando com o fato de que não responderemos. Gostaria de dizer e enfatizar de forma inequívoca: este é um delírio muito perigoso.”

Segundo The Saker: "não é apenas Lavrov, muitos analistas e políticos experientes na Rússia basicamente dizem que a questão não é “se”, mas “quando” e, portanto, “como”. Para este analista o objetivo não será uma guerra aberta entre a NATO e a Rússia, que a NATO sabe que não poder vencer, mas  "criar uma histeria anti-russa poderosa o suficiente para transformar o ocidente (atualmente desorganizado e profundamente disfuncional) num bloco único anti-russo unido."


2 comentários:

Jose disse...

blá-blá como se não houvesse passado...

O império russo quer-se reconstruir a partir dos colonos russos que deixou nas republicas ex-soviéticas.
Crimeia foi um sucesso, Donbass está na calha e o Báltico (graciosa oferta de Hitler) é enorme tentação.

Para tudo isto a comunada, num gesto de reflexo condicionado pela orfandade do Império Soviético, apoia sem reservas.

Monteiro disse...

Olha onde vim encontrar o sô Zé. Também deve querer emprego na Nato. Olhe que eles pagam bem e há isenção de IRS lhe garanto. Faço ideia quanto é que o Sr.Stoltenberg não ganha, rico emprego. Mas o sô Zé não está já reformado?