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4 de janeiro de 2012

Notas de fim de ano e começo do novo


1. O euforismo com o empréstimo da Itália a curto prazo durou pouco. Logo a seguir, o empréstimo a longo prazo já se realizou a taxas inaceitáveis – 6,98% - e mesmo assim com a intervenção do BCE.

Isto mostra que os especuladores não vão largar o “bolo apetitoso” das dívidas públicas.
No curto prazo até se poderão contentar com taxas de juro menores, pois esses títulos servirão de garantia (colaterais) ao BCE para este lhes conceder empréstimos a três anos à taxa de 1%. Um belo negócio à custa dos povos.
Recorde-se também que este empréstimo foi de 7 milhares de milhão de euros e que a Itália vai necessitar já neste primeiro trimestre de 450 milhares de milhão...
A pressão sobre os Estados vai continuar e se a notação de França cair o quadro de financiamento dos países da zona euro vai-se agravar.
Neste mesmo dia Schauble, o ministro das Finanças alemão declarou que o MEE – Mecanismo Europeu de Estabilidade - deveria entrar em vigor o mais depressa possível como sinal que os Estados da zona euro apoiam a sua moeda! Só não nos disse como e aonde é que a zona euro vai buscar os capitais para o constituírem!

2. Ainda nos últimos dias de 2011, foi também noticiado que os EUA retirou as suas tropas do Iraque. Falou-se nos milhares de mortos de passagem e com brevidade, mas significativamente não foi referenciado, nem uma vez, que a invasão e ocupação do Iraque foi feita a pretexto das armas de destruição maciça que não existiam!

3. No último dia do ano, o "Público" publicava uma foto da assinatura do acordo de compra de participações do Estado na EDP,pela Chinesa Three Gorges, ond se vê Portas com leve sorriso e o Gaspar , Álvaro e  Mexia em amena cavaqueira com largos sorrisos! Eles riem-se e o  povo pagará a factura no futuro...
Esta e outras vendas de empresas estratégicas podem até minorar a pressão financeira no curto prazo, mas não só não resolvem os problemas financeiros e económicos do país como os agravará.

4. No início do novo ano tivemos o conselheiro Acácio, Aníbal Cavaco Silva, muito pomposo a dizer que não se pode repetir a redução do défice com receitas extraordinárias, mas nada nos disse da operação em si, ou seja a passagem para a Segurança Social do Fundo de Pensões dos bancários, que foi um negócio chorudo para a Banca à custa da Segurança Social. Depois venham-nos dizer que a Segurança Social está falida!!! Só à paulada...

5. E já neste ano tivemos os patriotas da Jerónimo Martins a deslocarlizarem-se para a Holanda!!! Uma maravilha. O moralista do patriarca da Jerónimo Martins que  tem aparecido na comunicação  social com afirmações patrioteiras e éticas entende que sabe bem pagar tão poucos impostos !!!    E submetidos ao poder económico Primeiro Ministro, Ministro nas Finanças e Presidente da República remetem-se a um conveniente silêncio. É tão ladrão o que vai às uvas como o que fica à espreita!


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