Não deixa de causar perplexidade ver certas personagens
apresentados como de esquerda tecer as suas críticas sempre que a
oportunidade surge, à situação dos trabalhadores na China e dos direitos humanos
em Cuba, como se tirando estes casos pouco mais houvesse a dizer por esse mundo fora. Estão nestes caos muito mal acompanhados por
gente que para neofascistas não lhes falta nada.
Isto faz lembrar a declaração que no tempo do fascismo se era
obrigado a assinar para exercer funções públicas: “ com ativo repúdio do
comunismo e de todas as ideias subversivas”. Agora, aquelas críticas parecem
ser uma espécie de fórmula para ser aceite pelo “sistema”, mesmo criticando-o,
o que dá sempre um arzinho democrático.
Afinal limitam-se a repetir o que as centrais da desinformação divulgam. Quanto à América Latina não ouvimos falar dos direitos humanos nas
Honduras entregue a golpistas, nem da Colômbia dos crimes dos paramilitares e dos
presos políticos, classificados como “terroristas”. Da repressão e corrupção no México, ou Chile, da
miséria cujo expoente é o Haiti, etc., das dezenas de
jornalistas e sindicalistas assassinados todos os anos.
De facto para as ONG financiadas ou infiltradas pelo capital norte
americano, como uma delas dizia, num relatório o ano passado (a HRW): o único
país da América Latina não democrático era Cuba…Porém, o último jornalista
assassinado pelo governo em Cuba, foi no tempo do ditador Batista, apoiado
pelos EUA.
Estas lágrimas de crocodilo, podiam ser melhor destinadas às crianças de
rua dessa AL, ao tráfico de seres humanos, às vítimas das máfias. Porém, com
tanta preocupação com direitos humanos, mantêm a ilha heroica como cidadela
sitiada pelo bloqueio imperial, ressabiado por perder uma colónia. Mas não se preocupem,
Cuba progride, resolve as suas dificuldades em socialismo. Em 2012 o PIB cresceu 3,1%, para
2013, estão previstos 3,7%; o rendimento cresceu mais 2% que o previsto; as
verbas para as prestações sociais serão também aumentadas, tal como o
investimento produtivo. Compare-se com a situação dos países capitalistas
submetidos ao FMI e quejandos da UE.
Quanto á China segundo relatório da OIT os salários reais triplicaram em
10 anos, estando previsto para 2013 um crescimento de 9%. Em 2011 o crescimento
dos salários reais a nível mundial foi de 1,2%, porém sem o contributo da China
teria sido apenas de 0,2%.
Além disto, os maiores aumentos de salários ocorrem
nas empresas estatais! Diga-se ainda que os sindicatos estão ativos em
reivindicações e proteção dos trabalhadores – conforme mostra o número de ações
reivindicativas, geralmente apoiadas pelas autoridades.São estes factos, que os povos não podem saber! Por isso as cortinas de
fumo a que assistimos.
Pode dizer-se que salários equivalentes a 300 e 540 euros são muito
pouco comparados, os mínimos na Europa, esquecem que como país socialista a componente salarial indireta, de prestações, apoios
e garantias sociais nada tem que ver com o que se passa nos países
capitalistas.
Notas
Sobre a China: L’économie chinoise a une responsabilité envers elle-même mais aussi envers
le monde -Capitaine Martin - -http://www.legrandsoir.info
– 30/12/2012.
1 comentário:
Só não vê quem não quer...
O anticomunismo é algo sem conteúdo, é algo que alimenta-se da burrice e da ignorância.
Excelente texto.
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