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24 de maio de 2017

Uma real ameaça ao império euro-atlântico…

Neste momento debatendo-se com múltiplas crises: económica, financeira, social, militar o império enfrenta o ”Belt and Road Initiative” liderado pela China e pela Rússia. A reunião em Pequim (claro que silenciada pelos media!) evidenciou a estratégia de Putin, claramente concertada com a direção chinesa.
O ”Belt and Road Initiative” tem o objetivo de ligar por cinco corredores, dois deles marítimos, a Ásia central, do sul e sudoeste ao Médio Oriente, Europa, África, Oceania. Os seus objetivos incluem a coordenação de facilidades de comércio e integração financeira. Setenta e sete países estão ou propõem-se estar ligados a esta iniciativa, aliás muito diferentes quanto a posicionamentos políticos e alianças, como a Austrália, e países da UE.
Se a liderança financeira e económica é chinesa, Putin no seu discurso pretende  uma ligação política mais aprofundada: uma colaboração económica, financeira, social e política à margem dos EUA e do FMI, com instituições financeiras de apoio como o Banco de Desenvolvimento dos BRICS e o Banco Asiático de investimento e de infraestruturas. A China anunciou o reforço do fundo para a “iniciativa” com mais 100 mil milhões de Yuan.
Uma ameaça ao dólar à qual os EUA atulhados em dívida, só têm como resposta a militar, ingerências e conspirações pagas a peso de ouro aos seus mercenários e fantoches como na Ucrânia, na Venezuela, Síria, etc., criando o caos por todo o lado, incluindo em países como a Argentina e o Brasil ou as intermináveis guerras no Médio Oriente e Afeganistão, saudadas pelos papagaios da TV como luta pela democracia.
Vladimir Putin declarou que o futuro pertence à Eurásia. Trata-se melhorar as relações entre Estados e o desenvolvimento económico e social. A Eurásia, disse, deve ser um exemplo de um futuro coletivo, inovador e construtivo, com base na justiça, igualdade e respeito pela soberania nacional, o direito internacional e os princípios inabaláveis das Nações Unidas.
Além dos elogios à China, Putin salientou que a Rússia não só está disposta a ser um parceiro comercial confiável mas também pretende investir na criação de joint-ventures e em parcerias com Estados, para investir em serviços, vendas e instalações industriais.  Com uma localização geográfica única, a Rússia está disposta a exercer esta atividade conjunta, estando a atualizar a marinha, as infraestruturas ferroviárias e rodoviárias com os países da União Econômica Eurasiática (Bielorrússia,  Cazaquistão, Rússia, Quirguistão, Tajiquistão).
A Eurásia, “não é um arranjo geopolítico abstrato mas um projeto de toda a civilização olhando para o futuro. Mantendo o espírito de cooperação, nós podemos alcançar esse futuro. Esta parceria deve mudar a paisagem política e económica dos continentes e trazer a paz, estabilidade, prosperidade e uma nova qualidade de vida para a Eurásia”.

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