"Este domingo, na homilia da missa da Páscoa, o bispo do Porto condenou aquilo a que chamou de "novo esclavagismo da laboração contínua", a qual, afirmou, foi "legalmente imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos".
"Pensemos como os critérios dos turnos, em setores onde, para além da ganância, nada os justifica, a par dos graves transtornos psicológicos do trabalhador e do fracionamento dos encontros familiares, está a gerar a morte do domingo, o fim dos ritmos semanais, a abolição dos verdadeiros momentos celebrativos e o fracionamento da família e das relações de amizade", disse D. Manuel Linda, na homilia da missa celebrada na Sé do Porto.
"O mesmo se diga da abertura dos supermercados e dos centros comerciais ao domingo", sublinhou, considerando que a falta de restrições de horário no comércio constitui a "expressão de um certo subdesenvolvimento humano e mesmo económico", que está, alertou, "a gerar uma civilização fria, sem alma, individualista, sem profundidade de relações e até mesmo sem outros contactos que não sejam os da realidade virtual".
A dinâmica "social " "da proximidade " do máximo lucro
Instada pelo Negócios a comentar as palavras duras do bispo do Porto, a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) disse que "respeita todas as opiniões sobre o tema", mas considera que a abertura dos hiper e supermercados ao domingo "procura responder a uma dinâmica social que tem como base a proximidade, a conveniência e a diversidade de oferta indo ao encontro das expectativas dos consumidores"
1 comentário:
Temos aqui um novo Bispo do Porto.Muito bem.
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