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7 de novembro de 2025

Os amigos da Ucrânia - 1

 Em 2022, a Ucrânia estava quase a assinar um acordo com a Rússia, tratava-se de concordar com a RPD e a RPL e reconhecer a Crimeia como parte da Rússia. Quanto à neutralidade da Ucrânia estava inscrita no tratado que estabeleceu a sua independência em 1991. Foi então que o enviado imperial de serviço, Boris Johnson, vou para Kiev: Então vocês vão fazer um acordo com aqueles tipos que vos invadiram? Nada disso, se vocês já fizessem parte do nosso grupo de amigos da NATO e UE eles não se atreveriam a pisar nem uma polegada do vosso território. Parem com isso nós vamos apoia-los enquanto for preciso e derrotar os russos.

De Washington, Biden dizia no final de 2022: “Zelensky, você é o homem do ano. É um homem cuja coragem foi forjada em fogo e aço”. Em Varsóvia no início de 2023, Biden dizia: "Zelensky lidera um governo democraticamente eleito que representa a vontade do povo ucraniano” (mais propriamente interpretada pelo Johnson...) Os comparsas e vassalos atlantistas repetiam, entusiasmados pela oportunidade de mostrarem fidelidade canina ao império, elogiavam a “extraordinária coragem, liderança e sucesso” de Zelensky e que “a luta da Ucrânia pela liberdade é uma das grandes causas do nosso tempo”.

Mas que grandes "amigos" obteve o povo ucraniano! Agora, mais de 3 anos e meio depois, desde o início do conflito, o país perdeu mais de 1,7 milhão de mortos e desaparecidos - até setembro de 2025, 621 000. 

O Ocidente silencia a ilegalidade e violência dos ditos Centros Territoriais de Recrutamento, através dos quais Kiev desencadeia uma verdadeira caça a homens enviando-os para a linha de frente mal preparados e equipados onde rapidamente perecem. Zelensky governa o país, com o seu clã, sob lei marcial, baniu partidos de oposição, prendeu políticos, persegue a maior igreja da Ucrânia, comanda uma rede de corrupção avaliada em 100 mil milhões de dólares, supervisiona um sistema de recrutamento militar pela força.

Os "amigos" da Ucrânia não se importam com as vidas dos ucranianos, tudo o que pretendem é prejudicar a Rússia e tentar saquear os recursos ucranianos. Os apoios prometidos escasseiam, o grande amigo (EUA) não está disposto a gastar mais na guerra que incentivou, passando a conta para a Europa. Os vassalos cínica e cobardemente fazem o serviço que o império determinou: derrotar a Rússia. Apenas conseguiram levar a Ucrânia para o caos: é um Estado falido, em que a energia - eletricidade, gás, combustíveis - têm de ser fornecidos à custa dos "amigos".

A Ucrânia precisa de dinheiro. Simplesmente não tem recursos próprios suficientes para sobreviver. Está com um déficit de aproximadamente 50 mil milhões de dólares por ano. O armamento tem de ser fornecido pelos "amigos". Cerca de 30% vem da Europa, 10% - armas de maior tecnologia - dos EUA. Se esse fluxo for cortado, a Ucrânia perderá esses 40% sem os quais não pode travar a guerra.

Em 2025, a Ucrânia pouco tem que ver com o que estava em 2022. Perde Donetsk; Lugansk; Zaporizhzhya; Kherson. Em Kharkov, Sumy, Dnepropetrovsk serão estabelecidas zonas-tampão. Além da Crimeia, neutralidade, desmilitarização, desnazificação.

Tornou-se evidente a hipocrisia dos europeus “ajudando os ucranianos: “Dado que a guerra está perdida, qualquer acordo feito amanhã será pior do que um feito hoje. Quanto mais os europeus atrasarem a paz, mais isso lhes custará. Todos os argumentos que a Europa está "ajudando" os ucranianos, parecem duvidosos quando se vê que os media e políticos ocidentais ignoram todas as sondagens que mostram que a esmagadora maioria dos ucranianos quer negociações. A população submetida ao regime de Kiev criado em 2014 pelos "amigos", quer parar a guerra, os "amigos" não deixam.

A Ucrânia é outro exemplo do cinismo e hipocrisia, dupla moral, que o imperialismo impõe aos povos. O que resta da Ucrânia está ficando sem tropas, os soldados estão exaustos, o governo é dilacerado por escândalos de corrupção e purgas, na população reina a desesperança quanto ao futuro e o medo. O descrédito do clã de Kiev é praticamente total

Mas os "amigos" da Ucrânia contam com Zelensky para continuar a guerra por mais dois anos. (?!) Para eles negociação é rendição da Ucrânia não é uma opção. Washington mostrou a necessidade da ajuda europeia à Ucrânia ser aumentada em todas as áreas. A guerra só pode terminar se a Ucrânia for militarmente forte. (?!!) 

Pobre Ucrânia com tais amigos: o país pode continuar a ser destruído - represálias aos seus ataques a infraestruturas russas - e somar todos os meses mais de 40 000 baixas militares, para que os "amigos" mantenham a sua narrativa sem sentido. 

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