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7 de novembro de 2025

Uma bofetada ao arrogante e narciso Trump

 A China bloqueia a venda de portos à Black Rock

A transação está congelada.

Eis o que a IA diz sobre isso.

  • As partes envolvidas:
    • Vendedor: CK Hutchison Holdings, um conglomerado de Hong Kong controlado pelo bilionário Li Ka-shing. Esta empresa opera portos em todo o mundo através de sua subsidiária Hutchison Port Holdings.
    • Comprador: Um consórcio liderado pela BlackRock (a maior gestora de ativos do mundo, com mais de US$ 11 trilhões sob gestão), em parceria com a MSC (Mediterranean Shipping Company, gigante suíça do transporte marítimo de contêineres) e a Terminal Investment Limited (TiL).
  • Detalhes do acordo:
    • Anunciado em 4 de março de 2025, o acordo envolve a venda de 43 terminais portuários em 23 países por aproximadamente US$ 23 bilhões (incluindo US$ 19 bilhões em dinheiro para a CK Hutchison).
    • Esses ativos incluem os portos estratégicos de Balboa (lado do Pacífico) e Cristóbal (lado do Atlântico), localizados nas extremidades do Canal do Panamá. Esses portos movimentam aproximadamente 1 em cada 20 contêineres do mundo, e o canal representa 23,6% do PIB do Panamá (quase US$ 5 bilhões em receita em 2024).
    • O acordo deveria ter sido finalizado no início de abril de 2025, mas foi adiado por tempo indeterminado.
  • Motivações dos atores:
    • Para a CK Hutchison: Reduzir uma dívida de 17,8 bilhões de dólares e redirecionar o foco para atividades menos expostas a tensões geopolíticas.
    • Para a BlackRock: aproveitar uma oportunidade na infraestrutura privada, que seu CEO, Larry Fink, chama de "ativos do futuro" (como data centers ou redes elétricas). Fink enfatizou em sua carta anual aos investidores que os portos precisarão de US$ 2 trilhões em investimentos até 2040.

2. O bloqueio da China: como e porquê?

  • Ações chinesas:
    • Em 28 de março de 2025, a Administração Estatal de Regulação do Mercado (SAMR), autoridade antitruste da China, iniciou uma investigação antitruste sobre a transação. Alega que o acordo pode violar as leis de concorrência chinesas e ameaçar o interesse público.
    • Isso levou a CK Hutchison a cancelar a assinatura agendada para 2 de abril. Pequim classificou a venda como uma "traição ao povo chinês" em um editorial do jornal pró-governo Ta Kung Pao, acusando Li Ka-shing de não ter consultado Pequim previamente.
    • A China exerce influência indireta: embora os portos sejam operados por uma empresa de Hong Kong, Pequim vê isso como uma perda de controle sobre ativos estratégicos globais.
  • Razões apresentadas:
    • Autoridade: Proteção da concorrência leal e dos interesses nacionais. A SAMR respondeu publicamente a uma pergunta do jornal estatal, insistindo em uma "revisão formal".
    • Geopolítica: Esta é uma resposta à pressão americana. O presidente Donald Trump (reeleito em 2024) fez inúmeras declarações sobre o canal, alegando falsamente que "a China o controla" (na realidade, o canal é administrado pelo Panamá desde 1999, mas os portos são arrendados a operadores como a CK Hutchison). Trump saudou o acordo como uma "aquisição" americana do canal durante um discurso no Congresso e ameaçou retomar o controle americano.
    • Econômico: A China quer manter sua influência nas rotas marítimas globais (por meio da Iniciativa Cinturão e Rota, que investiu US$ 1,3 trilhão em 150 países). Pequim chegou a exigir que a gigante chinesa Cosco adquirisse uma participação nos portos como condição para aprovar a venda – condição que não foi atendida.

3. Os problemas e as consequências

  • Geopolítica:
    • Esta é uma nova frente na rivalidade sino-americana, na sequência das guerras comerciais e das tensões sobre Taiwan. Trump está a usar esta situação para consolidar a sua imagem de "defensor" dos interesses dos EUA, enquanto Xi Jinping afirma a soberania chinesa sobre as empresas de Hong Kong (apesar do estatuto especial de Hong Kong).
    • O Panamá está entre a cruz e a espada: o governo panamenho também está analisando concessões portuárias, e o canal é vital para 70% do tráfego dos EUA.
  • Econômico:
    • Incerteza para os mercados: as ações da BlackRock caíram entre 2% e 3% após o anúncio, e as cadeias de suprimentos globais correm o risco de serem interrompidas caso o bloqueio continue. Os portos panamenhos movimentam entre 3% e 5% do comércio marítimo global.
    • Para a BlackRock: Um revés, mas a empresa permanece confiante e "avalia todas as opções" (segundo Mustafa Riffat, CEO da Global Infrastructure Partners, uma subsidiária da BlackRock).
    • Para a China: fortalece seu controle sobre infraestruturas críticas, mas pode isolar investidores estrangeiros.
  • Situação atual (novembro de 2025):
    • A investigação da SAMR permanece em aberto, sem um cronograma definido. Negociações discretas podem incluir concessões à Cosco. No X (antigo Twitter), o assunto ressurgiu com publicações recentes (início de novembro) destacando as implicações para o comércio global, como uma discussão em polonês e inglês analisando os "3 aspectos principais" (escala, posição da China e consequências globais).

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