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2 de junho de 2024

Continuamos no fio da navalha

Ontem o jornalista Bruno Amaral de Carvalho publicava uma notícia no seu canal do Telegram: “Vários canais russos no Telegram estão a acusar, novamente, a Ucrânia de ter atacado território russo com drones suicidas de fabricação portuguesa Tekever AR3. O ataque, alegadamente com drones portugueses, terá acontecido perto de Armavir, na região de Krasnodar.”. Parecia mais uma notícia da guerra, mais um bombardeamento, mas não era. O drone é de fabrico luso-inglês e tem sido pouco usado pelos ucranianos, mas desta vez parece ter sido mesmo intenção que fosse uma espécie de drone desconhecido.

Contudo, o objectivo do bombardeamento, é que torna tudo mais grave. Foi atingido um radar, aparentemente com danos menores, só que não foi um radar qualquer.

São radares sofisticados que identificam objectivos entre os três mil e os seis mil quilómetros. Quer dizer, fazem parte da defesa russa contra ataques de mísseis balísticos. Ou seja, para a guerra da Ucrânia é um objectivo nulo, pois em nada interfere, dado que o seu objectivo é outro bem distinto. Como já houve uma tentativa de ataque a um radar idêntico na Crimeia, tudo indica que o bombardeamento não foi dirigido pelos ucranianos, mas antes pelos países da NATO servindo-se da Ucrânia, para atingir os meios de defesa russos contra ataques de mísseis balísticos. Desactivar estes radares é como deixar a Rússia sem defesas preventivas perante qualquer ataque nuclear. Se juntarmos a isto que vários bombardeiros pesados B52, destinados a transportar armas nucleares se encontram em manobras militares nos Estados Bálticos a 30 kms da fronteira com a Rússia, começamos a perceber que alguém está a brincar no fio da navalha.

Vladimir Putin de visita ao Uzbequistão disse em conferência de imprensa que espera que certos países saibam com o que estão a brincar, nomeadamente – disse ainda – os países pequenos mas que têm grande densidade populacional.

Entretanto, o mandato do presidente da Ucrânia terminou no dia 20 de Maio. De acordo com a Constituição ucraniana, se, terminado o mandato e não tiver havido eleições, o poder passa para o Presidente da Rada (Parlamento), mas não passou, pois Zelenski e o seu grupo usurparam o poder. Do ponto de vista jurídico, o que Zelenski assinar a partir de 21 de Maio, pode valer zero.

Deve ter a ver com o que se escreve no parágrafo anterior que o rapaz do Manuel Carvalho e que dá pelo nome de David Pontes escrevia hoje em editorial (o qual não li), “Talvez esta seja uma boa ocasião para lhe agradecer tudo aquilo que fez, e continua a fazer, pelo destino de ‘sociedades abertas e democráticas’”. Vamos então todos agradecer como o David Pontes: obrigado Zelenski por teres usurpado o poder, obrigado ainda por teres ilegalizado 12 partidos, obrigado também, por teres encerrado 4 canais de televisão, sempre obrigado por declarares como heróis os ucranianos que colaboraram com os nazis em especial os que fizeram parte dos batalhões das SS e um outro obrigado por considerares os cidadãos russos, eslovacos, húngaros que vivem na Ucrânia como cidadãos de segunda ou terceira categoria e um obrigado final - sem ser o último, pois vais continuar a surpreender-nos com as decisões democráticas -, por teres mergulhado a Ucrânia num país, sem futuro, sem gente, e destruída."

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