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16 de junho de 2017

Catar revela que acolheu o Talibã a pedido dos EUA







Como diz um velho ditado de Portugal: “quando brigam as comadres, surgem algumas verdades”.
Em declarações prestadas nesta semana) ao canal Al-Jazeera, um alto funcionário do Ministério das Relações Exteriores do Catar afirma que o país permitiu, em 2013, a abertura de um escritório do Talibã na capital Doha com base em um pedido dos Estados Unidos.

Membros do Talibã foram recebidos na base da política de “portas abertas para facilitar as negociações, mediar e promover a paz”, disse Mutlaq Al-Qahtani, consultor em questões de contraterrorismo do ministro das Relações Exteriores do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al- Thani. Ele ressaltou que o emirado “esteve facilitando as negociações entre os norte-americanos, o Talibã e o governo afegão”, daí oferecer estas facilidades a esta dita organização islâmica.
Na entrevista ao canal Al-Jazeera o funcionário rejeitou as críticas que seus antigos parceiros Estados Unidos, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Barém agora fazem ao Catar por seu suposto apoio a grupos extremistas islâmicos, acusações as quais se juntaram outros seis países árabes, entre eles Egito e Jordânia. O ministro das Relações Exteriores do Catar reiterou que o país não vai se render à pressão política e ao bloqueio econômico e fronteiriço. Ao mesmo tempo, ele observou que a par de continuar buscando um diálogo baseado em uma solução para as atuais tesões, o governo local se envolverá com mais países como parte de sua política exterior independente. “Temos feito mais amigos, mais do que muita gente possa pensar”, acrescentou.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Barém cortaram relações diplomáticas e consulares com o Catar, suspenderam todo o tráfego aéreo, marítimo e terrestre, expulsaram os diplomatas catarenses residentes em seus territórios, além de cancelar as operações aéreas de suas companhias e proibir o pouso de aviões da Catar Airways em seus aeroportos.
O assessor do Ministro Al-Thani considerou a pressão diplomática e outras medidas punitivas contra seu país como um plano para fazê-lo sucumbir à hegemonia da Arábia Saudita no Oriente Médio.
“Eu acho que não é (uma questão de) terrorismo, nem sobre o financiamento do terrorismo… se trata de uma campanha orquestrada contra o meu país para pressioná-lo a mudar a política externa ativa e independente”, denunciou Al-Qahtani ao vaticinar que tal plano de dominação “não vai funcionar”.

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