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29 de junho de 2017

Manifs no Brasil


Amanhã o Brasil vai parar, disse Requião na tribuna do Senado


Moreira Moriz/Agencia-Senado
  
Cássio Cunha Lima
(PSDB-PB) presidia a sessão quando, ao conceder a palavra a Requião, disse que a sessão seria supensa após a fala do senador "para que todos possam, naturalmente, almoçar".

Requião interrompeu e disse: "Intervalo para o almoço, então, Presidente? E amanhã o Brasil se dará um intervalo de indignação. O país vai parar amanhã, em protesto contra tudo o que acontece no Congresso, no Judiciário, no Ministério Público e no governo Federal".

O senador se referia aos atos convocados pelas movimentos sociais contra as reformas do governo de Michel Temer marcados para esta sexta-feira (30), em todo o país.

Cunha Lima ficou incomodado com o comentário de Requião. "Vossa excelência fique aqui na presidência da sessão, então, na hora do almoço. Após a sua fala, eu terei a alegria de passar a presidência e o senhor fica presidindo a sessão", disse ele.

Requião rebateu: "Não, não estou protestando, presidente. Só estou dizendo que amanhã para o Brasil". Em seguida, Requião fez um discurso em que apontou o enfraquecimento do governo e a desmoralização política de Temer.

"Está assente, firme e estabelecida a falta de legitimidade do governo brasileiro. Não há nenhuma dúvida disso. E, por consequência, das medidas que dele emanam. Isso é indisputável. E essa ilicitude agrava- se quando o governo, além da absoluta rendição ao mercado financeiro, sujeita-­se também a nações estrangeiras, abrindo mão da soberania nacional sobre os minérios, o petróleo, as terras, os ares, as florestas, os mares e a defesa nacional", afirmou o senador.

Requião criticou a cessão da base de lançamentos de foguetes de Alcântara aos Estados Unidos e o desmantelamento do projeto do submarino nuclear, que classificou como exemplo "do imenso entreguismo deste governo, que poderíamos dizer governo de bandidos".

E completou: "O que eu quero dizer é que precisamos não apenas convocar, agitar e, mobilizar os brasileiros. É preciso organizá-los. Assim como é preciso unificar as tantas organizações, sindicatos, associações, coletivos, frentes que, em hipótese, opõem-se não apenas ao governo e sim às classes dominantes, às classes que representam os grandes capitais nacional e estrangeiro, à banca, ao capital financeiro, à globalização financeira".

E concluiu: "Vamos portanto fazer valer a legitimidade nacional, popular e democrática. E tudo pode começar amanhã, não com um movimento de massas em praças públicas, mas com uma paralisação tranquila, uma demonstração clara e insofismável da indignação do povo brasileiro contra tudo o que está acontecendo no nosso país".
 

Do Portal Vermelho

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