Linha de separação


12 de junho de 2017

V. Jorge Silva e os “arcaísmos”

Comentador de serviço do “Público” VJS mostrava-se desapontado com o resultado das eleições no Reino Unido. Corbyn dado como um cadáver político adiado, só tinha merecido dos comentadores desprezo pelas suas intenções de devolver ao Estado funções sociais, reavivar o sindicalismo trabalhista, nacionalizar empresas cuja privatização foi um desastre económico e social, à custa de chorudos negócios (lá como cá) para a oligarquia.
A pseudo aristocracia intelectual que pulula pelos media, triunfalista pelas sondagens, esbraceja agora a arranjar argumentos para mascarar o nervosismo que lhes causa o descrédito das políticas neoliberais.
Uns querem transformar a votação no partido trabalhista numa recusa do Brexit, como se Corbyn não tivesse garantido o seu prosseguimento e como se as políticas que defende não fossem dificilmente ou mesmo impossíveis de realizar na UE. Agora até a votação dos jovens e com maiores níveis educacionais não lhes servem!
VJS com a arrogância de quem se considera superiormente lúcido (quem os viu e quem os vê…) exibe o seu desprezo pelas massas trabalhadoras que votam no que considera “arcaísmos”. Ficamos a perceber que a sua “modernidade” não tolera sequer o que seja honestamente social-democrata.
Moderno é privatizar, submeter os povos à ditadura de burocratas não eleitos e eliminar direitos laborais, considerar os sindicatos instituições corporativas obsoletas de bloqueio ao crescimento. Uma “modernidade” que é um retorno à arbitrariedade do século XIX sobre os trabalhadores e sobre o povo em geral.
Julgam-se uma elite superiormente inteligente e esclarecida, não passam de caixas-de-ressonância do “pensamento único” neoliberal ao serviço da predação financeira e monopolista.

Sem comentários: