Linha de separação


2 de outubro de 2024

O ex império unipolar está descontrolado

 A guerra de Israel está para durar, corre como os EUA não desejavam, valha-lhes a propaganda mediática. Por isso conserve-se a calma e lucidez. Uma prova que as universidades dos EUA são muito boas é ouvir certos comentadores(as) formados (formatados), nos EUA. Mesmo com o curso tirado pela internet, é um bom currículo para os media. Mas os seus discursos triunfalistas ou justificações de crimes não alteram a realidade: o império não controla sequer os seus servidores proxy como Israel ou o clã de Kiev, quer afirmar-se como líder global mas é como um aprendiz de feiticeiro: desencadeia ou promove guerras que não consegue controlar.

Biden, estupidamente, disse que não sabia de nada quanto aos ataques de Israel ao Líbano. E querem dar ordens a todo o mundo e decidir que eleições são válidas ou não. A Kamala Harris, desata às gargalhadas por tudo e por nada, como se o mundo estivesse para rir, mas não é capaz de apresentar propostas minimamente consistentes para o que quer que seja, exceto prosseguir guerras sem uma estratégia definida.

Na Casa Branca dizem que não sabem ou negam o que se passa em Gaza, Cisjordânia, no Líbano. De acordo com uma análise publicada pela revista médica The Lancet, os investigadores adicionaram quatro mortes indiretas para cada morte direta relatada no início de junho em Gaza concluindo que era "plausível estimar que 186 000 ou até mais mortes possam ser atribuídas ao conflito atual. 

O Borrel constata desolado: "Estamos exercendo toda a pressão diplomática para conseguir um cessar-fogo, mas parece que ninguém pode parar Netanyahu". (Intel Slava Z – Telegrama 28/09) Coitadinho... era tão assertivo a ameaçar sanções por todo o lado, a mando do império, agora choraminga. Pois é, quando o império não tem juízo, os vassalos é que sofrem... embora pareça que isso lhes dá prazer na UE/NATO.

Quando o Secretário de Estado, Blinken faz num ano umas nove viagens ao Médio Oriente, sendo de Israel à Arábia Saudita mais ou menos ignorado. Leva repetidamente propostas que ninguém aceita e não consegue sequer fechar um acordo de cessar-fogo em Gaza. Nethanyhau tem concretamente gozado com ele. Diz que sim, mas mal ele volta costas, apresenta novas exigências.

E por que haveria de ser diferente? Os EUA, vão "vender" - dar - mais 20 mil milhões de dólares em a Israel. Na casa Branca todos são unânimes: os Estados Unidos ajudarão a proteger Israel no caso de um ataque contra o país. Ameaçam o Irão que enfrentará consequências "bastante sérias" no caso de atacarem Israel (já atacou...), Teerão não tem motivos legítimos para atacar Israel. Ou seja, carta branca para Israel ir fazendo o que quer e tem feito, incluindo matar civis indiscriminadamente. No CS da ONU, o embaixador de Israel, disse que não pode haver paz no Médio Oriente até que a “ameaça iraniana” seja desmantelada. (Geopolítica ao vivo – Telegram 26/09)

Nos EUA reconhecem que os bombardeamentos no Líbano minam os objetivos políticos de Washington para o Médio Oriente, que necessitariam de paz em Gaza e no Líbano para se dedicarem - legitimamente... - ao Irão. 

Porém, cada vez que rejeitam no CS da ONU moções de cessar fogo, ou que Biden e Kamala 

Porém, cada vez que rejeitam no CS da ONU moções de cessar fogo, ou que Biden e Kamalaa ceitam e reforçam com mais armas cada escalada e cada ilegalidade de Israel, o domínio de Netanyahu sobre Washington fica mais forte e o império e vassalos da UE/NATO não são capazes de apresentar com um mínimo de clareza e consistência o que entendem por vitória. Entretanto os dois grupos navais com porta-aviões naquela zona, custam cada 8 milhões de dólares por dia. Para quê? Que resultados esperam obter? 

No delírio unipolar os EUA acham que podem decidir que leis internacionais se aplicam e a quem. O resultado é terem do seu lado corruptos (Kiev, Filipinas, etc.), incompetentes e gente politicamente tresloucada, como o presidente da Estónia ao dizer que “a Estónia fará todo o possível para colocar a Rússia de joelhos.” Da Rússia perguntaram: Ah, sim? Diga como.

Os estrategas da NATO estão a semelhar-se aos do Estado Maior nazi, cujos planos militares mais que perfeitos não funcionavam no terreno porque não dispunham dos meios humanos e materiais para tal. A Fundação Rand é um desses estrategas, os seus planos para submeter a Rússia funcionaram como se vê, mas dá também a visão para conter o "expansionismo da China". 

Como disse a secretária do Exército, Christine Wormuth "Estamos a afastar-nos do contraterrorismo e da contrainsurgência, queremos posicionar-nos para operações de combate em larga escala." A questão em Washington não é de entrar em guerra com a China, mas quando: uns dizem 2025, outros 2027. Isto num governo cuja dívida vai em 123,5% do PIB, dívida total do país é 3,8 vezes o PIB.

Um conflito que levaria rapidamente a uma Terceira Guerra Mundial torna-se, programático. Mais uma amostra do descontrolo em que as cabeças do ex império unipolar vivem. Os media colaboram humilde e alegremente...


Sem comentários: