O
que se passa na Síria é demasiado importante para nos alhearmos.
Não há noticiário que não relate acontecimentos da Síria. A
linguagem é desde logo um expoente de manipulação. Está mais que
provado que os chamados “rebeldes” são mercenários pagos e
armados pela NATO; está mais que provado que a oposição interna se
une contra a agressão estrangeira; está mais que provado que os
“rebeldes” cometem crimes contra civis como o fizeram – e
continuam a a fazer - na Líbia.
Thierry
Meyssan (TM) – presidente fundador da Rede Voltaire – publicou em
08.outubro um esclarecedor artigo sobre a atualidade na Síria que
recomendamos. Apenas algumas notas.
“A
situação militar na Síria virou em desfavor daqueles que esperavam
em Washington e Bruxelas conseguir mudar o regime pela força. As
duas tentativas sucessivas de tomada de Damasco falharam e é agora
claro que este objetivo não poderá ser atingido.”
Referindo-se
a ações terroristas sobre Damasco, escreve:
“Em
ambos os casos, a NATO, que coordenava as operações desde a sua
base turca d’Incirlink, esperava provocar uma fratura no seio do
Exército árabe sírio e apoiar-se em certos generais para derrubar
o regime. Mas os generais em questão tinham sido identificados como
traidores muito tempo antes e privados de qualquer posto de comando
efetivo. Nada se passou pois de significativo e o poder sírio ainda
saiu reforçado destes dois golpes falhados. Ele encontrou a
legitimidade interior necessária para se permitir passar à ofensiva
e esmagar rapidamente o ESL."
“Estes
fracassos fizeram cair a arrogância aqueles que garganteavam de
véspera afirmando que os dias de Bachar el-Assad estavam contados.
Assim sendo, em Washington, os partidários da retirada estão em
vias de se impor.
“Continuá-la,
(a guerra) é provocar o afundamento económico da Jordânia, é
sacrificar os seus aliados no Líbano, é arriscar a guerra civil na
Turquia, e é ter de proteger Israel deste caos. Pará-la, é deixar
os Russos se reinstalar no Próximo-Oriente e é reforçar o Eixo da
Resistência em detrimento dos sonhos expansionistas do Likoud.
“Não
tendo o ESL, entretanto conseguido uma única vitória contra o
Exército árabe sírio, muitos prognosticaram que o conflito seria
interminável e minaria progressivamente Estados da região,
incluindo-se Israel.”
TM,
refere que um acordo em Genebra entre a Rússia e os EUA foi
inviabilizado pelos belicistas.
“O
partido da guerra jogou os seus dois trunfos a 18 de julho e a 26
setembro e perdeu. Desde logo, foi implorado a Lakhdar Brahimi, o
sucessor de Annan, (no processo de paz) para ressuscitar e
implementar o Acordo de Genebra.”
Ignorado
pela comunicação social foi também o desenvolvimento do “projeto
da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC), a Aliança
defensiva anti-OTAN reunindo a Arménia, a Bielorússia, o
Cazaquistão, o Quirguistão, o Tadjiquistão e claro a Rússia. Os
ministros dos Negócios Estrangeiros da OTSC adotaram uma posição
comum sobre a Síria. A logística foi preparada para um eventual
posicionamento de 50 000 homens. Um acordo foi assinado entre a OTSC
e o departamento da ONU de manutenção da paz para que «capacetes
azuis » possam ser colocados nas zonas de conflito sob mandato do
Conselho de segurança. Manobras comuns ONU/OTSC terão lugar em
outubro no Cazaquistão.”
TM
conclui que a paz só será concebível concluída a campanha
presidencial nos EUA.
Sem comentários:
Enviar um comentário