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6 de junho de 2021

A Rússia é o inimigo! - 3

 O bloco imperialista não consegue impor as suas determinações no âmbito da ONU. Procura então definir um conjunto de regras ideológicas, de acordo com os seus hábitos coloniais, à margem daquela instituição, determinadas pelos EUA. Esta situação apenas servem para inflamar as tensões internacionais.

O sistema capitalista dos EUA está à beira da falência, baseado apenas na exploração do seu próprio povo, no domínio de outras partes do mundo e na sua pilhagem. A Rússia e China aparecem como sérios obstáculos à expansão da sua esfera de influência e mercados. A China está a tornar-se a principal potência económica e financeira do mundo. As suas atuais capacidades militares já deveriam levar os Estados Unidos a moderar sua arrogância.

O processo de alienação coletiva torna-se necessário para alcançar os objetivos imperialistas. A revisão histórica está em curso, com apoio ativo da extrema-direita que retoma o que mais reacionário foi inventado contra a URSS, servindo agora da "russofobia". Um livro recente do dr. Sean McMeekin, membro do Conselho Academico das Victims of Communism Memorial Foundation dos EUA, considera que foi a URSS e não a Alemanha que na realidade desencadeou a 2ª guerra Mundial.

Em visita à Estónia a versão dada do seu passado foi que: “fomos independentes entre 1917 e 1944, quando fomos invadidos pelos russos”. Omitia que o seu país esteve ocupado pela Alemanha nazi, donde partiram ataques à URSS e foram formadas unidades locais SS que realizaram massacres sobre a população. Na Finlândia, que foi base nazi e participou na agressão contra a URSS, foi dada a mesma versão da “invasão russa” em 1944. É esta a visão NATO da 2ª Guerra Mundial: a libertação dos povos da agressão e da barbárie nazi é transformada em “invasão russa”…

Na recente intervenção de Putin na Assembleia Federal, esclareceu que não pretende queimar pontes de diálogo, porém se alguém quiser queimar essas pontes e "interpreta as nossas boas intenções como indiferença ou fraqueza tem de perceber que a resposta da Rússia será assimétrica, rápida e dura." "Claro, temos suficiente paciência, responsabilidade, profissionalismo e autoconfiança na correção da nossa posição e no senso comum quando se trata de tomar decisões. Mas espero que ninguém pense em atravessar a linha vermelha da Rússia. E para onde forem, seremos nós a determinar em cada caso (as linhas vermelhas)."

Uma dessas linhas vermelhas é o avanço da NATO para Leste, de que o caso da Bielorrússia é exemplo. Os problemas do seu povo devem ser resolvidos pelo próprio povo sem ingerências externas. Mas se o império não o aceita, não podem criticar a Rússia. Seja ou não Lukasheco um ditador, seria bom que hipocrisia puritana imperialista começasse por aplicar os seus critérios a todos os países a começar pelos seus aliados/súbditos, da América Latina ao Médio Oriente, mesmo na Europa.

O império procura desesperadamente que apareçam traidores como Gorbatchov ou Ieltsin, para instaurarem uma "democracia liberal" e tudo correr bem para as transnacionais explorarem os recursos naturais da Rússia e esta ser desmembrada em Estados satélites - disfuncionais e caóticos - como o Kosovo ou a Ucrânia.

Parece porém que tal está muito longe de acontecer. Navalny que no "ocidente" é considerado o grande opositor (!) de Putin, apenas 2% o apoiariam se agora concorresse à presidência. Pesquisas indicam que os jovens estão muito mais inclinados a assinar uma petição ou entrar em contacto com as autoridades locais do que envolverem-se em protestos de rua não autorizados. Quanto aos protestos de Navalny, a maioria vê-os de forma negativa ou com indiferença.

Sem o mínimo de escrúpulos o imperialismo serve-se e defende a expansão fascista, mesmo nazifascista na Europa. Na Bielorrússia o melhor que arranjaram foi o caso do jornalista Roman Protasevich esquecendo as suas tenebrosas ligações aos neonazis ucranianos. Quanto a Julian Assange preso nas mais cruéis condições no RU é ignorado pelos puritanos da democracia...

Pesquisas dFOIA Research e Canadafiles contêm uma montanha de evidências para comprovar que Protasevich é um neo-nazi financiado por governos ocidentais. Protasevich é desde há muito membro da milícia fascista "Frente Juvenil" da Bielorússia. Ele também combateu no neo-nazi Batalhão Azov durante a guerra civil da Ucrânia.

A questão é que a coberto da democracia e direitos humanos, tornados valores instrumentais do poder oligárquico e imperialista, o mundo confronta-se com ameaças que podem gerar uma conflagração de que resultará a destruição global em poucas semanas.

Esta uma questão central dos nossos dias. Que nos leva a outra: será possível Paz e capitalismo? Até agora não foi, e talvez a melhor maneira de prever o futuro é ver os comportamentos passados.

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