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15 de junho de 2021

Casos, casinhos e outras coisas...

Não deixa de ser curioso, mesmo risível, ver nos media os “comentadores” – alguns até com parangonas de esquerda - andarem muito preocupados por a oposição (PSD, CDS e etc.) viver de casos. Casos que aparecem, desaparecem, como episódios da mesma interminável e inconsequente novela,

Diga-se que eles – os ditos “comentadores” - com isto vão ganhando a vidinha. Dizem mesmo que a democracia – ou que eles entendem por isso – precisa de uma oposição forte que tenha propostas alternativas ao governo PS. Mas a alternativa existe, só que nem por sombras a mencionam, está na esquerda marxista e numa política que seja patriótica e (verdadeiramente) de esquerda. Nisto não se fala.

Claro que o PSD, o CDS e os etc., não têm “propostas alternativas” porque os programas de governo, para além das boas e más intenções e das promessas que não serão cumpridas, é ditado de Bruxelas, segundo o que está escrito, como que em celestes tábuas da lei, pelos profetas do “fim da história” da religião neoliberal para serem seguidas pelos pobres mortais que têm de trabalhar para sustentar o poder oligárquico.

Os governos mais de direita ou menos de direita apenas seguem o guião do “modelo liberal” e euro-atlantista”. Neste contexto totalitário está excluída qualquer perspetiva de cariz socialista. É como o mesmo enredo teatral apenas mudando a encenação e os atores. Isto não impede que se prefira uns a outros e se não se hesite em vaiar (e lutar) firmemente contra certas encenações e interpretações.

Por isso, PSD, CDS e os etc., só têm casos e casinhos. Aliás, é bom não esquecer que o governo PSD-CDS foi pródigo em mentirolas, como falsas promessas eleitorais, escamotear as fraudes bancárias e os compromissos  com a UE para cortes nas prestações sociais 

Apresentam-se como puritanos anticorrupção, falando do que é selecionado como “casos”, porém nos media não se fala do que se passa - e passou - graças às políticas de direita, amplo território de corrupção, de facto intrínseca ao sistema que defendem, e de incompetência de que resultam persistentes crises, apesar das obscenas desigualdades  e da acrescida exploração sobre a força de trabalho.

Com casos e casinhos transferem para o campo pessoal as contradições do sistema que defendem, omitindo as causas e pondo de parte quaisquer soluções que alterem o seu funcionamento.

Casos e casinhos, com os quais a direita pretende impor-se com a máscara de puritanismo, servem alimentar a ideologia reacionária e despolitizar as massas proletárias, deslocando a discussão política e o esclarecimento das massas trabalhadoras do essencial: as relações de produção, o desenvolvimento económico soberano, as relações laborais, a democracia participativa, a consciência política do proletariado.


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