Linha de separação


27 de novembro de 2021

O caso dos refugiados na Bielorrússia. Pode a UE descer ainda mais?

 Já que os media omitem ou deturpam tudo o que possa percecionar afastamento da linha ditada pelo pretenso império, perante a inconcebível proposta de doze países da UE para ser subsidiada a construção de muros ou barreiras na Polónia e Lituânia destinados a conter refugiados na Bielorrússia propomos a leitura que a Rússia, segundo o ministro Lavrov faz desta questão e cada um que tire as suas conclusões.

“Creio que a resolução destes problemas deve ser baseada no pleno respeito das leis humanitárias internacionais. Mas é importante não esquecer as raízes destes problemas. Eles são causados pelas políticas dos países ocidentais, incluindo NATO e membros da UE, no que respeita ao Médio Oriente e Norte de África.

O ocidente estava a tentar impor a sua versão de vida melhor a esses Estados e a pressionar para ser adotada em todo o mundo a sua versão de democracia. Quando o ocidente encontra a mínima resistência lança-se em aventuras militares. O Iraque foi bombardeado sob falso pretexto; o Estado líbio destruído; a Síria foi atacada. Esta e outras aventuras dos nossos colegas do ocidente desencadearam um fluxo de refugiados sem precedentes.

Em todas as medidas que estão a ser discutidas e tomadas não deve ser esquecida a causa destes problemas e quem deve ser responsabilizado. A principal responsabilidade para a resolução da crise destas migrações permanece com os que criaram condições para o desencadear desta crise.

O segundo argumento é acerca da necessidade de evitar duplos critérios. É necessário que os países da UE tenham uma abordagem a esta questão com um critério uniforme, na altura de aceitar ou recusar refugiados. É errado aplicar critérios diferentes à Itália ou à Polónia quando Bruxelas analisa como Roma ou Varsóvia se vão comportar relativamente aos refugiados. Os países donde chegam refugiados à UE devem ser tratados de forma igual. A abordagem a este problema deve ser igual para todos eles.

A UE paga à Turquia para manter refugiados fora dos limites da UE, no território turco. Por que é que a UE não pode ajudar a Bielorrússia que tem de providenciar uma vida normal a refugiados que a Polónia e a Lituânia não querem ver no seu território?

Respeitar as leis humanitárias internacionais, significa em primeiro lugar respeito pelas pessoas que se tornaram refugiados através dos erros dos países ocidentais que desencadearam guerras agressivas no Médio Oriente e Norte de África. Estas pessoas não queriam ficar na Turquia ou na Bielorrússia, querem ir para a UE que há muito que promove, para as pessoas e para a sociedade, as suas formas de vida. Palavras e ações têm consequências.”

Face ao acima exposto será também conveniente comparar com a argumentação dos diversos partidos políticos a esta questão, desde as posições protofascistas de deputados do CDS (confundindo refugiados com "migrantes", ao seguidismo do PS, às posições filotrotskistas do BE contra o "regime de Lukashenko".

Como nota final, para uma visão completamente diferente da que os media transmitem, recorde-se que enquanto a Turquia recebe milhões euros para manter refugiados no seu território, à Bielorrússia são aplicadas sanções políticas e económicas pela UE/NATO, além das ingerências e agressividade que foram ao ponto de criar uma presidente virtual e a falsa notícia de um avião obrigado a aterrar para capturar um dissidente promovido a “combatente pela democracia”. O dissidente é afinal um arrependido, traído pelos antigos companheiros neonazis. Curiosamente nunca os media do ocidente se deram ao trabalho de divulgar o que o comandante do aparelho tinha para dizer...

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