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7 de novembro de 2021

O submarino dos EUA, o mar da China e Taiwan

Um submarino dos EUA teve uma colisão no mar da China. Silêncio total dos media que nos distraem com guerras de alecrim e mangerona (PSD e CDS, por ex.) e a tragicomédia do COP26, enquanto tensões crescem na Europa e na Ásia. Tensões que podem acabar com a civilização não daqui a décadas, mas a alguns anos, mesmo meses.

Em 2 de outubro o submarino USS Connecticut, que supostamente atingiu um monte submarino no Mar do Sul da China, tendo resultado, segundo os EUA, em 11 tripulantes feridos. O acidente colocou o submarino" fora de serviço "estando atualmente em Guam, para reparação.

A China expressou séria preocupação com o incidente e instou os Estados Unidos a adotar uma atitude responsável, dando uma explicação detalhada e fornecer uma resposta satisfatória à comunidade internacional e aos países regionais, preocupados com o risco de derrame nuclear, que prejudicaria permanentemente o meio ambiente marinho daquele mar afetando a produção pesqueira e a segurança da navegação.

De acordo com relatos públicos, a colisão foi muito séria exigindo reparações longas e caras, ao invés do que os militares dos EUA disseram. É provável que o submarino tenha ido a um lugar onde não deveria ir e procurasse realizar uma missão clandestina.

O excesso de confiança, o descuido e a observação negligente do comando resultaram na colisão. O caso não é único. Em 2005, o submarino USS San Francisco colidiu com uma montanha submarina, de que resultaram 99 tripulantes feridos ou mortos, sendo desativado. Em 2017 o contratorpedeiro USS John S. McCain colidiu com um navio-tanque de produtos químicos no Mar da China Meridional, causando 10 mortes. Em 2017, o contratorpedeiro USS Fitzgerald colidiu com um navio porta-contentores perto do Japão, resultando em sete mortos e vários feridos.

Os EUA não revelaram o local da colisão, a missão do submarino nuclear ou se ocorreu vazamento nuclear. Os EUA devem responder às preocupações da comunidade internacional o mais rápido possível", afirma o representante da China.

Para além da tensão no Mar do Sul da China, existe um perigo ainda maior para a paz relativamente a Taiwan. Os EUA, a UE/NATO obedecem, decidiram fomentar a independência de Taiwan, tendo avançado com iniciativas e declarações nesse sentido – sem sucesso, designadamente na ONU. A determinação da China em defender a política de “um país dois sistemas”, aceite pelos EUA e internacionalmente desde os anos 1970, é total. Assim, a China decidiu “de forma inabalável” estabelecer superioridade militar absoluta no Estreito de Taiwan.

Estrategicamente, segundo a China, não importa quantos navios de guerra e aeronaves militares os EUA tenham, eles não podem ser totalmente transformados em capacidade de combate no Estreito de Taiwan, no entanto, o continente chinês pode usar forças marítimas e aéreas, bem como forças baseadas em terra e mobilizar totalmente a tecnologia e as capacidades de produção da China. A capacidade da China para superar a intervenção militar dos EUA nesta região é garantida suficientemente pela sua vontade e recursos estratégicos. Note-se que a China construiu 20 novos modernos navios de guerra e está a caminho de construir outros 20 este ano.

Os EUA arrastam o mundo para confrontações que no mínimo desestabilizam os mercados internacionais e por consequência ao sistemas produtivos e os consumos em todos os países, sublinhamos em todos, por isso não se entende como a opinião pública é mantida completamente ignorante destas questões. Recorde-se que Goebbels no seu diário referia – com orgulho pelo seu trabalho de ocultação e desinformação - a despreocupação das pessoas gozando o Verão, enquanto se preparava uma guerra que ceifaria dezenas de milhões de vidas, também alemãs.

A ambição e desespero dos EUA em estar a perder a hegemonia, podem desencadear consequências dramáticas, que os media – em si exemplo de clima de guerra – ocultam. O perigo adensa-se para uma guerra nuclear dado que os EUA seriam derrotados em termos convencionais. O recente fracasso do teste do sistema de mísseis hipersónicos dos EUA é pior do que deixam transparecer. Isto não poderia vir em momento pior para os EUA, dado que a China realizou testes bem sucedidos com misseis hipersónicos.

Note-se que a Rússia dispõe de misseis Mach 20 (uns 7 km/seg), para os quais os EUA não dispõem de adequados sistemas de defesa.

Na frente europeia as coisas não estão muito melhores. Os nazis ucranianos, com a bênção da NATO, bombardearam as populações de Donetsk - também escamoteado pelos media - na tentativa de provocar uma intervenção direta da Rússia, não se vê bem para quê, só se fosse para levar à destruição do resto da Europa. Por ouro lado, Putin e Lukashenko pela Bielorrússia, aprovaram uma nova doutrina de colaboração militar face à atitude belicista do Ocidente, e fortalecem “a união entre os dois estados”.


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