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25 de novembro de 2021

Vitória da revolução bolivariana nas eleições venezuelanas

 Os media silenciaram por completo, ou quase, as eleições venezuelanas. Embora tenham representado uma vitória da democracia, os resultados não agradaram ao imperialismo e à propaganda debitada pelos seus lacaios avençados.

Os resultados das eleições venezuelanas realizadas em 21 de novembro ratificaram o caráter democrático da revolução bolivariana e o seu compromisso com a paz, evidenciando um processo bem-sucedido. Os venezuelanos elegeram 23 governadores, 335 prefeitos, 253 deputados e 2 471 vereadores. Pela primeira vez desde 2007, a oposição participou do processo democrático.

O resultado da votação ratificou a liderança Chavista. A grande aliança Patriótica (GPP), composta de organizações políticas que apoiam o presidente Nicolas Maduro, obteve o governo de 18 de 23 estados em disputa. O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e seus aliados também obtiveram 205 das 335 das municipalidades.
As forças revolucionárias ganha
ram apesar do excesso de pressão externa e dos danos à estrutura económica do país causada pelo bloqueio e sabotagem. Uma vitória nestas condições não é pequena. Quanto aos resultados das prefeituras, o MUD ganhou 59, a Aliança Democrática alcançou o controlo de 37 cidades, e outros grupos de oposição alcançaram 21.

O presidente da Assembleia Nacional Jorge Rodriguez, afirmou que "o primeiro e principal derrotado nas eleições foi a violência.” "Nós derrotámos aqueles que argumentaram que as eleições não eram o caminho para resolver conflitos políticos entre venezuelanos. Eles receberam a sua dose de solidão em 21 de novembro, porque aspiravam a uma abstenção eleitoral imensa." (1)
Note-se que o MUD, está associado ao fantoche imperialista Juan Guaidó, que apesar do apoio mediático, dinheiro e promessas imperialistas, teve um resultado que mostra como um povo determinado e unido na construção de um futuro democrático e progressista, ou se preferirmos, patriótico e de esquerda, pode vencer as intrigas, conspirações, sanções do imperialismo e seus lacaios, como os da UE.

Claro que o processo venezuelano enfrenta grandes dificuldades. A participação eleitoral foi de 42,26% das pessoas chamadas a votar. A elevada abstenção, lógica nos regimes capitalistas, não pode ser aceite num sistema progressista e popular como o venezuelano.

Vale a pena recordar o que disse Bruno Guigue sobre a Venezuela no seu texto O esquerdismo, estado supremo do imperialismo – 2ª parte. Nomeadamente: “a economia está nas mãos de uma burguesia reacionária que organiza a sabotagem para intensificar a crise e tirar Maduro do poder. Mas de qualquer forma, a revolução bolivariana não tinha revolução só no nome, por isso só poderia desencadear o ódio vingativo dos ricos e despertar a hostilidade mortal de seus oponentes. Quando a esquerda ocidental se indigna com as - alegadas - vítimas da repressão policial em vez das operações sangrentas da ultradireita, esquece que um protesto de rua nem sempre é progressista, que uma exigência democrática pode servir de cartaz para a reação, e uma greve pode contribuir para a desestabilização de um governo de esquerda, como demonstrou o movimento camionista chileno em 1973.

Se nós queremos mudar o curso das coisas, devemos agir sobre as estruturas. Nacionalização de setores-chave, rejeição das receitas neoliberais, restauração da independência nacional, consolidação de uma aliança internacional de Estados soberanos, mobilização popular para uma melhor distribuição da riqueza, educação e saúde para todos, são diferentes facetas do projeto progressista.

Se os bandidos da direita venezuelana se soltam nas ruas de Caracas sob os aplausos da imprensa burguesa e das chancelarias ocidentais, é porque a Venezuela não é Cuba. E se a Venezuela tivesse embarcado num processo de desenvolvimento autónomo não capitalista, provavelmente não haveria bandidos em Caracas.

1 - Texto original em: https://www.telesurenglish.net/news/The-Venezuelan-Elections-Represent-A-Victory-of-Democracy-20211123-0002.html

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