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8 de abril de 2022

Elementos para um juízo mais informado

Retirado do Face Folha do Brasil

RED . V. T. M.

No Ocidente, a narrativa da guerra é feita como se ela tivesse começado a 24 de Fevereiro deste ano na Ucrânia  e faz recair toda a responsabilidade sobre o Presidente russo, Vladimir Putin, e acessoriamente sobre as personalidades políticas e financeiras do seu regime. No entanto esta versão tem outros antecedentes  e factores que têm sido escondidos da opiniãp publica .Se considerarmos os relatórios diários dos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE). estes atestam ter testemunhado um  grande ataque ao Donbass (ainda ucraniano) pelas forças de Kiev em 17 de Fevereiro à tarde. Todas as agências de informação relataram então a fuga de pelo menos 100.000 civis, para o interior do Donbass ou para a Rússia. Por outro lado, os principais dirigentes políticos da OTAN ouviram também o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, dizer-lhes, durante a reunião da Conferência para a Segurança de Munique, que pensava dotar-se com a arma nuclear contra a Rússia. Esta foi  para a fedração Russa e para a sua opinião publica a confirmação clara do que estava em curso e que deixar continuar o massacre em Donbass e o processo para a entrada da Ucrânia na Nato tornariam a situação irreversível ou na rota de uma  inevitável guerra nuclear 

Por outro lado não se pode pensar que Kiev fosse desencadear este processo e o massacre em Donbass  isto é uma guerra contra um inimigo muito superior sem ter previamente recebido garantias de aliados aparentemente capazes de defender o país face à Rússia. Ora, só podia ter-se tratado da OTAN ou dos Estados Unidos e,  das duas outras potências nucleares, a França e o Reino Unido.

A primeira reunião onde esta guerra foi apresentada claramente como desejável, teve lugar na Câmara dos Representantes, em 5 de Setembro de 2019. Foi organizada pela Rand Corporation, o “think-tank” do lóbi militar-industrial norte-americano. Tratou-se de apresentar aos parlamentares dois relatórios, « Fazer expandir para fora e desequilibrar a Rússia » (Overextending and Unbalancing Russia) e « Fazer expandir a Rússia : Competindo num terreno vantajoso » (Extending Russia : Competing from Advantageous Ground) . A ideia principal é de utilizar contra ela a característica sobre a qual a Rússia baseia a sua Defesa. Uma vez que se trata de um território gigantesco que os Russos defendem deslocando-se de um lado para o outro e usando a « estratégia de terra queimada », bastará forçá-los a moverem-se para o exterior para os esgotar

Tres onfirmações mais recentes de que a participação e a preparação deste embate com a Russia já vinha de longe

1 Em 24 de Março de 2022, foi divulgado um vídeo de uma conversa telefónica de 22 minutos entre o Secretário da Defesa britânico, Ben Wallace, e os comediantes russos Vladimir (Vovan) Kuznetsov e Alexei (Lexus) Stolyarov. Um dos russos fez-se passar pelo Primeiro-Ministro ucraniano, Denys Shmyhal, que Wallace nunca conheceu.
Na questão da ajuda que o Reino Unido daria a Kiev para se dotar da arma nuclear, o muito honorável Wallace respondeu que devia consultar o Primeiro-Ministro, Boris Johnson, e que « O princípio é que nós apoiaremos a Ucrânia enquanto amigos, seja qual for a escolha que fizerem ». Resumindo numa frase, ele varreu o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
• Mas foi sobretudo a propósito da OTAN que a língua de Ben Wallace se mostrou demasiado prolixa. Com efeito, o Ministro britânico convidou uma vez mais a Ucrânia a aderir à Aliança Atlântica. De passagem, involuntariamente ele revelou que o Reino Unido havia enviado, durante vários anos, instrutores militares para preparar o Exército ucraniano.
O governo de Boris Johnson empregou todos os meios ao seu alcance para ocultar, ou melhor, minimizar, estas declarações. Alegou que a entrevista só durara 10 minutos e proibiu o YouTube/Google de difundir todo o “sketch”. Os média  ocidentais foram instados a falar do seu erro sobre a bomba atómica e a ocultar os dois outros pontos. É sempre assim que os Britânicos procedem : não negar em bloco, mas fazer desaparecer os pontos mais perigosos.

2 Em 25 de Março de 2022, o Presidente Joe Biden dirigiu-se ao Palácio dos Congressos de Rzeszów (Polónia). Estava acompanhado da Directora da USAID, Samantha Power (antiga embaixatriz na ONU), e do Presidente polaco (polonês-br), Andrej Duda. Notemos entretanto que Andrej Duda fez adoptar pelo seu Parlamento uma lei negando o papel do Estado polaco nos crimes nazis e autorizando processos judiciais contra qualquer um que os evoque. Joe Biden falou com diversas ONGs para saudar a sua ajuda aos refugiados ucranianos. Feito isto, ele pronunciou um discurso diante dos seus soldados da 82ª divisão aerotransportada estacionados no local . Além disso, visitou-os no seu refeitório e falou-lhes sem teleponto, nem câmaras. Como sempre nestes momentos, o ancião  revelou segredos de Estado. Segundo as testemunhas, agradeceu-lhes pelo envolvimento na Ucrânia desde há muito quando oficialmente jamais houve soldados dos EUA nesse país.

3 Em 29 de Março de 2022, o General Éric Vidaud, Director da Inteligência Militar francesa, foi demitido. Nenhuma explicação oficial foi dada. Parece que, na realidade, o General Vidaud enviara homens seguindo instruções directas do Estado-Maior isto é do Presidente Macron, em 2021, quando era Comandante de operações especiais, para enquadrar o Regimento banderista Azov. Quando  cinco helicópteros ucranianos tentaram fugir de Mariupol, o reduto do Regimento Azov. dois foram abatidos em 30 de Março. Os sobreviventes foram feitos prisioneiros pelo Exército russo. Falaram de imediato e ficou a descoberto a ingerência francesa. Para toda a logística os soldados do Comando de Operações Especiais estão colocados às ordens do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o General Thierry Burkhard, mas recebem suas ordens directamente do Chefe das Forças Armadas, o Presidente Emmanuel Macron.

As relações entre os Presidentes Macron e Putin arrefeceram de forma brutal tanto mais que a França era um dos países garantes dos acordos de Minsk."


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