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30 de abril de 2022

Será que fizemos de nós mesmos uma nação de grotescos? - Patrick Lawrence

 A resposta é sim, dá-a Patrick Lawrence acerca do comportamento dos media seu país sobre a guerra na Ucrânia, mas é assim em todo o "ocidente".

Por cá a imbecilidade vai ao ponto do sr. Ricardo Araújo Pereira manipular e pôr a ridículo as declarações de uma jovem, Paula Santos, que defendia a paz. O seu humanismo assim o ditava, pensando em todos nós, incluindo os filhos do sr. RAP.

Por que é que ele não "goza" e põe a plateia a rir e aplaudir (sim, grotescamente) com declarações do Papa, que defende a paz, ou do Secretário Geral da ONU, quaisquer que sejam as convicções de um e de outro sobre as causas da guerra.

Guterres diz que "uma guerra no século XXI é absurdo. Bem, onde é que o sr. Guterres tem andado, que ainda não viu nenhuma guerra no século XXI? Nem cidades em escombros? Nem "danos colaterais" sobre civis? Nem o que em 2016 se estimava no mínimo serem 2 milhões de mortes pelas guerras EUA/NATO este século (número que pode mesmo atingir noutras estimativas 5 milhões). Melhor andou Luis Afonso que na sua "A mosca" (RTP 1) dizia que "absurdo era achar absurdo uma guerra no século XXI. Nunca houve tantas guerras como no século XXI".

Os ignorantes atrevidos (Eça de Queiroz) ofendem quem, mesmo com divergências, deviam admirar e respeitar, aqueles e aquelas cuja dignidade os leva a ser coerentes com os seus ideais, que são os do mais profundo humanismo.

Se ao menos os ignorantes atrevidos (ignatres) preferissem não ter memória de peixe de aquário, lembrariam que para calar os que defendiam a paz em 1914, assassinaram Jean Jaurés. Mas preferem alinhar com a estupidez de Biden ou do Borrell da CE, que dizem que a guerra tem de ser ganha no terreno.

Pôr gente a rir e aplaudir o que representa estarmos muito próximo do que pode ser uma guerra nuclear, é grotesco. Tal como era Gobbels a discursar no Palácio dos desportos em Berlim exigindo a "totaller krieg" (guerra total).

Pode dizer-se que para ganhar a vida tem que se obedecer a quem manda. Também eu tive. Mas nunca cedi na defesa dos direitos e do que era justo para os outros trabalhadores. Ganhei alguma coisa com isso? Ganhei e muito. Posso olhar de frente para o espelho e para todos os outros. Claro que também perdi, talvez bastante, mas são os ossos do ofício, que só fortalecem as convicções.

No dia em que o sr. RAP e tantos outros que entram pelas nossas casa pela TV, de manhã olharem para o espelho e deixem de sorrir, talvez estejam num bom caminho. Talvez...

1 comentário:

Miguel C I Figueiredo disse...

Aproveito para relembrar que o pretenso humorista,está ao serviço do antigo primeiro-ministro Sr Balsemão que em conjunto com o seu ministro da administração interna,Ângelo Correia,ordenou ou pelo menos pactuou com a violenta carga policial que causou a morte de 2 manifestantes e mais 5 feridos também por armas de fogo,no PRIMEIRO DE MAIO,de 1982,na Av.dos Aliados no Porto.
Pelos vistos esse indivíduo também teve o seu preço.