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5 de abril de 2022

Soltas

 

1 O preço da bucha de carlos Coutinho

   NÃO me surpreendeu anteontem a entrega pelos russos de certa documentação na ONU relativa à guerra da Ucrânia nem a solicitação ontem de uma reunião do Conselho de Segurança. Surpreendeu-me, isso sim, o silêncio, ou quase silêncio, de certas entidades que se pronunciam normalmente e com grande circunspecção, sobre certas ocorrências, verdadeiras ou não, como a ONU, o seu Conselho de Segurança, o Parlamento Europeu, a União dos 27, etc.
   Disseram os russos, no dia 2 de abril de 2022, que haviam entregado nas Nações Unidas certa documentação especial, após serem acusados de um “massacre em Bucha”. A nossa Comunicação Social, como de costume, fingiu que não sabia e passou à frente, porque haveria coisas mais espetaculares para mostrar, nem que fossem apenas do futebol.
   Acontece que já antes os russos haviam denunciado a existência na Ucrânia de laboratórios onde se fabrica a substância das armas biológicas, um investimento do filho de Joe Biden patrocinado pela CIA. Mais uma vez, televisões, rádios e jornais da nossa terra nada ou quase nada nos disseram, como estão agora a fazer com a denúncia de “encenação absoluta  do exército ucraniano” de um pavoroso “massacre em Bucha”.
   Mas a Casa Branca, o secretário-geral da ONU, que é português e já vê tudo de Nova Iorque, o secretário-geral da NATO, que é norueguês e já só vê tudo de Bruxelas, e o gorducho Boris Jonhson, o bem penteado Emmanuel Macron, etc. rasgaram vestes em público e clamaram a Júpiter que lançasse raios e coriscos sobre Moscovo, no que foram imitados até por um noticieiro loiro que informa sobre programas culturais na RDP e pôs no seu Facebook que muitos “vão ficar a falar em circuito fechado. Daqui vão corridos, se não fizerem a fineza de ir embora por decisão própria”.  
   E quem são esses? A lista é enorme e inclui os que “alapados à sombra da NATO e da União Europeia, que os protegem de quaisquer operações militares do fascista russo”. Esses “preferiam que a Ucrânia se tivesse rendido ao segundo dia para termos ‘paz’ e gasóleo mais em conta.”  
   Juro que acabo de ler isto e que fiquei absolutamente incrédulo relativamente à saúde dos meus olhos. Salvou-me nesta aflição um desabafo de um general português que não precisa de assegurar a permanência no emprego, não atira palpites gratuitos e até é paraquedista. “Desinformação e perfídia é o que temos na comunicação social” era como o major-general Raúl Cunha intitulava ontem o seu post no Facebook, dizendo:
   "Esta manhã, um amigo publicou um vídeo de Bucha, uma cidade perto de Kiev, com a seguinte mensagem ‘assassinatos em massa de civis por russos’. Não lhe perguntei como é que, nesse vídeo, todos os corpos estavam deitados na estrada e à beira da estrada, e não em casas ou sob os seus escombros. Bastaria essa pergunta para desmascarar aquela grotesca encenação.”
   De facto, estava tudo tão certinho no cenário que nem os cineastas de Hollywood seriam tão ingénuos e descuidados nas filmagens. Mas há, como se vai vendo, cada vez mais noticieiros que “alapados à sombra” do antiputinismo, estão disponíveis para todos os dislates. De que acusarão este general, que não é o único a denunciar maroscas mediáticas?
   Repare-se nas seguintes perguntas do militar português que não gosta de passar por bacoco nem por “alapado” num programa de rádio:
“Uma coluna de civis foi baleada? Mas as casas não têm nenhumas marcas de tiros. Além disso, alguns cadáveres têm as mãos amarradas nas costas. E qual foi o motivo? Porque os russos são maus e só sabem é matar? E os vestígios de sangue nas roupas e à volta dos corpos, porque não se vêem?”
   Faz perguntas demais o general, mas a verdade é que o atroar da fuzilaria não vai deixar de ser ouvido, porque os estampidos da propaganda chegam às vezes mais longe que os dos morteiros. Ainda não me esqueci do alegado “bombardeamento criminoso” daquela mesquita azul de Mariupol  que o seu responsável teve de mostrar logo na manhã seguinte para se ver como ela estava impecável. 
   Fico à espera das consequências que vai ter a reunião do Conselho de Segurança da ONU ontem solicitada pelos malvados russos alapados à sombra de Putin.

3 Gazeta de Áustria
"Os militares russos derrubaram dois helicópteros Mi-8 ucranianos que tentavam chegar a Mariupol a partir do mar, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.
“Na manhã de 5 de abril, outra tentativa do regime de Kiev de evacuar os líderes do batalhão nacionalista Azov foi frustrada na região de Mariupol. Dois helicópteros Mi-8 ucranianos que tentaram invadir a cidade pelo mar foram abatidos por  sistemas de mísseis antiaéreos portáteis”
Também a Folha do Brasil o refere e acrescenta que os que nos venderam a fábula das armas de destruição massiva para invadir o Iraque são  os mesmos que que nos vendem as "Buchas" desta guerra com o apoio do irresponsável zelensky ".

Um dia mais tarde vêm nos
Um dia mais tarde vêm nos dizer que erraram...Tal como o fizeram com a guerra da Jugosláviaa

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