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16 de março de 2018

Algumas reflexões breves sobre a votação do PS na reposição de direitos laborais

O PS votou com o PSD e o CDS contra as alterações das leis laborais propostas pelo PCP que visavam restituir direitos retirados com a Troika .
Que conclusões tirar ?
 1)O PCP quando disse na noite das eleições que o governo PS só não formaria governo se não quisesse e quando depois o viabilizou na Assembleia da República , não tinha  nem tem ilusões sobre os limites desta solução , nem em caso de opção entre o capital e o trabalho para que lado cai o PS, nem desconhece as suas ligações ao grande capital. Basta ver , por exemplo , onde estão Vitorino e Campos e Cunha - Santander- Teixeira dos Santos- BIC - ou as ligações de Capoulas Santos à CAP ou as teses de Centeno sobre o combate à precariedade...
2) O PCP sabe também que só com uma forte açção de massas se pode reconquistar direitos laborais da máxima importância para a realização de justiça social e o aprofundamento da democracia social.
Aliás muitas das reposições de rendimentos , direitos e avanços democráticos do actual governo não só têm a marca do PCP como foram obtidos pela pressão , intervenção política e de massas impulsionada pelo PCP e os sindicatos. O PS se não tivesse sido   "empurrado "  nunca teria ido tão longe.
O PCP também não desconhece que não é dando cobertura ao Governo PS , nas suas decisões erradas e nas suas opções de classe que contribui para o esclarecimento da opinião pública , sobre o que seria um governo PS com maioria . Um PS em maioria seguiria a mesma política dum SPD , dum Pasok , dum PSOE , dum PS francês e teria a mesma sorte daqueles   Este esclarecimento que é fundamental para o presente e sobretudo para o futuro  ,  esclarecimento que conta naturalmente com o silenciamento ou a mistificação da imprensa dominante , isto é da imprensa dos grandes grupos económicos e dos multimilionários  exige um esforço permanente e redobrado para chegar às massas .
3)  A conclusão essencial a tirar não é que não há, nem haverá mais nada com o PS como gostaria e clamou a direita na A. R. : " então agora não vão gritar está na hora do governo se ir embora?" . 
 A conclusão essencial a tirar é que  a actual correlação de forças mostra os seus limites e que só se avançará na melhoria da situação económica e social do país e no aprofundamento da democracia em todas as suas vertentes com uma  outra correlação de forças e   designadamente na A. R  favorável às forças à esquerda do PS e claramente mais favorável ao PCP a força mais  mais decisiva e mais coerente e a força que não navega em função das correntes  ou do que "está a dar" lançadas pela comunicação social.



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