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14 de fevereiro de 2011

Ainda os Lucros da Banca Privada

Perante o escândalo, de apesar do elevado volume de lucros dos principais bancos privados, os impostos pagos terem sido menos de metade de 2009, logo surgiram as justificações para enganar o povo.
Justificações avançadas: 1. A redução dos encargos fiscais resultou do facto destes bancos privados nacionais terem aumentado a sua actividade fora do país;
2. Estas reduções devem-se a créditos fiscais acrescidos resultantes de alterações aprovadas com o OE para 2010.
Este tipo de justificação levou-me a olhar com mais cuidado para os resultados divulgados por estes mesmos bancos e a partir daí concluir.
Se é verdade que BCP, BES e BPI aumentaram em 2010 a sua actividade no exterior, não foi por isso que a sua carga fiscal diminuiu, antes pelo contrário, o peso dos impostos pagos no exterior em  2010 por estes bancos subiu de 51,4 milhões de euros em 2009 para 87,2 milhões em 2010 e só assim foi possível evitar que a queda nos impostos pagos por estes bancos fosse ainda maior, até porque espantosamente estes 3 Bancos apesar de terem tido em 2010, 599,1 milhões de euros de resultados antes de impostos pela sua actividade desenvolvida em Portugal, apresentam um crédito fiscal de 52,3 milhões de euros. Não fosse o imposto pago pelo Santander/Totta pela actividade desenvolvida em Portugal e teríamos em 2010 este facto surreal de o Estado não arrecadar um euro de imposto com a actividade desenvolvida por estes principais bancos privados nacionais no nosso país.
Conclui-se daqui que as alterações fiscais aprovadas com o OE para 2010, no passado mês de Abril, se representaram mais impostos sobre as famílias e muitas pequenas e médias empresas, não impediram que o sector financeiro continuasse a ter milhões e milhões de créditos fiscais, que agora fez repercutir nos resultados de 2010.
É dificil aceitar, parece mentira, mas é verdade, em 2010 quando a carga fiscal subiu para milhões de portugueses, o conjunto dos 4 principais Bancos Privados pagou muito menos IRC, apenas 7,5% e só não pagou ainda menos porque a actividade no exterior foi taxada a 12,2%.      

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