Acabaram de ser divulgados os resultados obtidos em 2010 pelos 4 principais bancos nacionais privados: BCP, BES, Santander/Totta e BPI.
O conjunto dos lucros líquidos (depois de impostos) obtidos por estes bancos acendem a 1 431 milhões de euros, valor praticamente idêntico ao obtido em 2009.
Como se vê as coisas não correram nada mal aos principais bancos, antes pelo contrário.
Mas o mais surpreendente nesta divulgação de resultados diz respeito aos impostos pagos por estes mesmos bancos.
Se é verdade que os lucros vão de vento em popa - 3,9 milhões de euros por dia em 2010 - surpreendentemente os impostos pagos passaram de 306,8 milhões de euros em 2009 para 138,4 milhões em 2010. Ou seja, apesar de terem mantido o mesmo nível de lucros de 2009, estes 4 principais bancos nacionais privados tiveram em 2010 o engenho e a arte para pagar menos 168,4 milhões de euros, menos 54,9% do que em 2009.
Vale ainda a pena lembrar, que a taxa de IRC que corresponde a este imposto pago por estes bancos é de 7,5% e se eles tivessem pago a taxa efectiva de 25% teriam pago 464 milhões de euros.
O planeamento fiscal rendeu a estes bancos simplesmente 295,9 milhões de euros de poupança.
Como é possível, que ao mesmo tempo que o IRS subiu para os trabalhadores, o IRC tenha descido en flecha para a banca?
Num momento em que os trabalhadores tomam conhecimento das novas tabelas de retenção de IRS para 2001, as quais vão conduzir a uma quebra ainda maior nos seus salários líquidos, esta notícia da banca constitui um verdadeiro escandalo, a que há que pôr cobro.
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