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16 de fevereiro de 2011

A coisa está preta!

Como afirmámos há muito, contrariando o pensamento dominante, por mais medidas de austeridade que o governo tomasse, os mercados, leia-se os grandes bancos designadamente alemães e franceses, não deixariam de especular com os empréstimos do Estado Português, isto é sobre a dívida publica, a que os colonizados pelo pensamento anglo-saxónico chamam dívida soberana, embora que eu saiba ainda não tenhamos cá nenhum soberano. Creio até que comemorámos há pouco o centenário da república....
É o que se está a passar.

PEC1, PEC2, corte nos salários, medidas de austeridade para os do costume e os especuladores não largam a presa . Estão a ganhar milhões à custa do povo, emprestando a juros agiotas sabendo que o têm garantido nomeadamente pela União Europeia´.
Um maná para a banca alemã e francesa, um duplo roubo, ao país e ao povo.

E enquanto os papalvos vão dizendo que o que é preciso é fazer o "trabalho de casa "o país endivida-se e corre para a falência. Em vez de exigirem da União Europeia medidas imediatas, pôem-se com falinhas mansas e no papel de vitimas injustiçadas, como se os especuladores e o Directório das Grandes Potências tivessem compaixão...

O que é que se deveria fazer ? Pôr a senhora Merkel e o senhor Sarkozi a dançar o fandango, ameaçando-os com a desestabilização do Euro, isto é ameaçando-os com o não pagamento da dívida, isto é ameaçando-os com o pedido da reestruturação da dívida de que eles fogem a sete pés.
Ou tomam medidas imediatas- compra de dívida directa pelo Fundo de Estabilização- ou Portugal declara que não vai pagar a dívida, nem os juros aos agiotas.Teriamos custos, cairia o Carmo e a Trindade, seriamos banidos dos mercados...O que caíria era o "Euro "e iriam à falência alguns bancos alemães e franceses, pois de imediato a desconfiança de que a Grécia , a Irlanda e a Espanha também não " honrariam" as suas divídas alastraria como o azeite.

A Alemanha não quer este cenário, mas conta com a subserviência de Sócrates, Passos Coelho, Cavaco e os bem pensantes da classe dominante e por isso continua a esticar a corda.
Não se paga !. Não se paga !, deve ser a palavra de ordem dos povos - português, grego, espanhol e irlandês.

Aliás tudo se pode embrulhar. Na semana passada Alan Dukes antigo ministro das finanças e presidente do Anglo Irish bank, afirmou que seriam necessários mais 50 milhares de milhões a acrescer aos 35 que receberam no quadro do plano de salvamento, para assegurar um nível adequado de fundos próprios aos bancos irlandeses.

Adiantou ainda que estes bancos dependiam da ordem dos 132 milhares de milhões de euros dos empréstimos do BCE, sem ter em conta os 51 milhares de milhões de empréstimos do Banco Cental Irlandês concedidos com o acordo do BCE...E como o reconhecem os especialistas financeiros, a falência de um ou de outro banco irlandês teria sérias repercussões em bancos ingleses, alemães e franceses, os mais expostos e mesmo sobre o BCE e o Banco Central Irlandês que detêm os colaterais da dívida pública.

Isto na Irlanda, enquanto a Grécia se afunda e a Espanha procura ganhar tempo com as suas caixas de poupança falidas e a " bolha " do imobiliário ainda muito longe do total rebentamento. Esta é a situação na Europa, pois nos E.U. a "bolha" do mercado obrigacionista pode rebentar a qualquer altura...

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