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20 de fevereiro de 2022

O excesso de propaganda do império mostra o seu declínio

 O império norte-americano está como a Alemanha nazi que à medida que somava derrotas mais acentuava a sua propaganda. Desde a Líbia, em que apenas conseguiu semear caos e misérias - mas roubar petróleo – apenas obtém derrotas quer nas “revoluções coloridas” (Cazaquistão, Bielorrússia, Hong-Kong, Iugures da China, Venezuela, Cuba, etc.) quer nas nas intervenções militares (Síria, Afeganistão e o Iraque a exigir a saída das tropas americanas).

Possíveis aliados distanciam-se um pouco por todo o lado, apenas a NATO europeia (isto é os governos) aceitam a liderança integral dos EUA. A Hungria, a Croácia, a Sérvia, distanciam-se da NATO e UE. Os que servem de tropa de choque do imperialismo, sofrem consequências muito para além do que esperavam. A Lituânia informalmente reconhecendo Taiwan independente, passou a ser ignorada pelas empresas chinesas, empresas fecharam no país e levaram a que clientes alemães recorressem as outros subcontratados. Na Austrália o pacto AUKUS contra a China sai-lhe caro na redução das exportações.

Quanto à Turquia, a visita recente do presidente russo Vladimir Putin é, segundo disse o secretário-geral do Partido da Pátria da Turquia, Dogu Perincek. uma espécie de "sepultura" da Aliança Atlântica (pelo menos na Turquia). "A visita do presidente russo à China e depois a Ancara simboliza um roteiro não só para a região, mas também para o mundo, visando o entendimento mútuo. É uma espécie da mensagem de que a Rússia, Turquia, China e o Irão agem juntos. “A expansão da NATO para leste é uma ameaça para a Rússia, Turquia, Irão e China", disse Perincek.

Perante a incompetência da “diplomacia” dos EUA e seus falhanços resta a propaganda: mal amanhada, repetindo à exaustão as mesmas imagens de guerra – manobras militares sem indicação de data ou local - e a repetição das mesmas previsões e ameaças que comprovadamente não levam a lado nenhum, talvez apenas à guerra real. Convidados de TV que saiam da narrativa oficial ou mesmo apenas se afastem dela, nunca mais lá põem os pés.

A propaganda tornou-se exaustiva e excessiva, mas não passa de uma coleção de falsidades e distorção de factos. Acaso algum comentador se lembrou de comparar a situação atual da Líbia com a do tempo de Kadafi? Que democracia a NATO lá instaurou levando os presidentes da Itália, França a diabolizarem atacarem e assassinarem o homem que meses antes recebiam com honras de chefe de Estado e visitavam formal e respeitosamente. Na NATO não é o povo que mais ordena são os EUA, e assim estes países, tal como Portugal e outros perderam um bom mercado e a extrema-direita sobe com o drama dos refugiados.

A argumentação da Rússia sobre a segurança na Europa é simplesmente omitida porque não têm respostas, porque desmonta totalmente a narrativa a que os vassalos da NATO estão obrigados. Os EUA sabem que não podem vencer a Rússia, mas mesmo os menos falcões de guerras veem a pertença à NATO como uma prova de integração submissa no seu império, que necessita dramaticamente de ser mantido e com ele todo o “way of life” ancorado no dólar e no endividamento.

A visita de Macron a Moscovo, friamente recebido, foi praticamente apagada depois de distorcida nos noticiários. Era preciso que as pessoas não conhecessem os argumentos da outra parte, para os quais não têm respostas. Assim, veja-se: “Não é mediador de paz quem quer. Visite de Emmanuel Macron à Moscou puis Kiev – N'est pas médiateur de paix qui veut -- Christelle NÉANT (legrandsoir.info)

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