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8 de fevereiro de 2011

"O Público", a isenção, o seu "livro de estilo" e os Partidos

O Público de hoje na sua coluna do sobe e desce, última página, coloca o Secretário Geral do PCP a subir. Confesso que quando vejo estes mimos neste jornal fico logo de pé atrás. No Público o SG do PCP está a subir, porque anunciou que o PCP estava disposto a avançar com uma moção de censura, "dominando a agenda politica". Até aqui nada de especial. Logo a seguir qualifica.
"Uma manobra certa na altura certa"."Manobra?".Para o Público o afirmar estar-se disposto a avançar com uma moção de censura, em resposta a uma pergunta é manobrismo. Se tivesse sido outro partido o Público diria o mesmo?
Acrescenta depois que para "um Partido de protesto", não está nada mal.
Um partido que apresenta ao longo de uma legislatura centenas e centenas de propostas no Orçamento e fora do Orçamento , projectos de lei, resoluções e que tem a mesma postura no Parlamento Europeu e nas Autarquias é para este jornal, não um Partido de proposta e projecto, mas de protesto.Porquê? Porque não tem estado no governo, porque mobiliza as massas e não se limita à política parlamentar? E o Público quando se refere ao PS e ao PSD, por exemplo,também os adjectiva de partidos da banca, dos grandes interesses, da situação, do rotativismo? Almas Gémeas?
Mas o Público não fica por aqui e afirma a seguir que os principais perdedores são os "jovens bloquistas" face à "velocidade" dos veteranos da "Soeiro"
Duas observações: a primeira para sublinhar que para o Público a disponibilidade manifestada pelo PCP, não vale por si mesma, mas apenas porque se antecipou-"velocidade"- ao Bloco. Isto é, procura levar o leitor para o campo do manobrismo e para a disputa entre partidos ditos de "protesto", partidos que para o Público não contam...Grandes democratas, grande jornal de "Referência"!
A segunda para dizer que com o envelhecimento da sociedade portuguesa todos os Partidos são "veteranos", ou será que o pessoal dirigente do PS onde encontramos Manuel Alegre, Almeida Santos...ou do PSD, com Manuela Ferreira Leite ... ,têm uma média de idade inferior aos outros?.E o mesmo se podia dizer olhando para os grupos parlamentares. O grupo parlamentar e os dirigentes do B.E. são mais novos do que os do PCP? O Público está-se a referir a quem? Ao jovem Louçã, ao mocetão do Fernando Rosas, à puberdade viçosa de Fazenda , às não balzaquianas x,y,z,mesmo considerando que estas hoje nada têm a ver com a época de Honoré Balzac !
No Público o olhar do preconceito, das ideias feitas e do sectarismo faz esquecer
o dever de isenção, o respeito pelos leitores e até pelo seu "livro de estilo"
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2 comentários:

João disse...

Quanto aos "jovens bloquistas"... se o ridículo matasse o Público já tinha arrumado há muito as botas, pois muitos dos seus leitores lembram-se que o Louçã anda nisto de ser líder partidário desde 1975, isto é há mais de 35 anos.

José Teles disse...

No sítio...