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11 de julho de 2017

Afinal sempre veio o diabo…

Que se terá passado (talvez em maio) para em junho ficar o diabo à solta para o governo? Os trágicos incêndios, a seca, a geada e cheias destruindo muito produto agrícola, roubo de armamento do exército, demissões nos altos comando militares e de secretários de Estado, etc.
A direita aproveita estes diabos e ataca como se no que humanamente depende muito não se devesse às políticas de direita e como caso estivesse no poder não fosse provavelmente ainda pior.
Atrás disto agitam-se os anticomunistas primários (há outra forma de o ser?) com lugar cativo nos pasquins do costume – as exceções são mesmo raras.Exibindo indigência mental de que fazem apanágio, tomando como verdades absolutas as mentiras milhares de vezes repetidas afastam-se da useira intriga política, isto é, partidária, para os ataques diretos.
No Público, o sr. João Miguel Tavares, também “Governo Sombra” da TVI24, diz que é preciso deixar de ser condescendente com o PCP. Mas alguma vez o foram?!. Em responso coma  diatribe de Telmo Correia – CDS – diz que o PCP defender a Venezuela bolivariana (“o ditador Maduro”) é o mesmo que o PNR defender o fascismo.
A intelectualidade balofa do sr. F.J. Viegas com termos menos primários não quis ficar atrás e perder a oportunidade de posicionar o seu anticomunismo.
Curiosamente os “bandidos, terroristas, vândalos e criminosos” de Hamburgo, que têm de ser “severamente punidos”, deixam de ser alvo de repúdio e passam a ser estrenuamente defendidos na Venezuela como lutadores da democracia e vítimas da “ditadura”, que em 19 ou 20 eleições apenas perdeu uma. Os 250 presos de Hamburgo representam a defesa da legalidade, na Venezuela os presos – nada que se pareça com aquele número – são vítimas da repressão apesar do seu vandalismo, terrorismo e crimes.
Como alguém já referiu: o neofascismo atual veste a roupagem antifascista.
E a propósito do diabo, recordo um autor agraciado pelo Papa, protonotário apostólico e com  ordens menores, Giacomo Casanova, também mação, que afirmou nas suas “Memórias”: “O diabo, como se sabe, ataca mais na igreja que em qualquer outro lado”. Outra vez, recusando-se a praticar magia (promessa que lhe tinha servido para conquistar uma bela camponesa) quando ela ingenuamente lhe pergunta por que razão a sua magia não podia resistir à Inquisição, sentenciou: “Porque os monges têm ao seu serviço um maior número de diabos que nós”…

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