A Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira vai criar um grupo de trabalho para elaborar um novo plano para a operação Trinton, de patrulha do mar Mediterrâneo.
É a resposta da agência, conhecida por Frontex, ao pedido da Itália para que os migrantes resgatados no mar sejam levados para outros portos da União Europeia.
Um dia depois do anúncio, o diretor-executivo da Frontex, deu explicações no Parlamento Europeu.
“Para um plano operacional ser adotado é preciso ter o acordo de todos os Estados-membros que participam nele. Logo, não é uma questão apenas entre a Itália e a Frontex. Recebi um pedido italiano, mas não não houve Estados-membros que se mostrassem disponíveis”, disse Fabrice Leggeri aos jornalistas, no final da audição.
De acordo com o plano em vigor, independentemente da bandeira do barco que faz o resgate, cabe à Itália receber os migrantes.
Tal inclui as pessoas resgatadas por organizações não-governamentais, tais como a Médicos Sem Fronteiras (MSF), que salvaram a vida a dezenas de milhares de requerentes de asilo.
“As autoridades italianas coordenam o socorro e são, também, responsáveis por determinar qual é porto para onde se encaminham os migrantes”, disse, à euronews, Marco Bertotto, da delegação italiana da MSF, que também participou na audição parlamentar.
“Dada a falta de acordos bilaterais com outros países, e considerando que alguns, tais como a Líbia e a Tunísia, não podem ser definidos como portos seguros, a Itália tem o dever de facilitar o desembarque destas pessoas”, acrescentou Marco Bertotto.
O governo italiano sugeriu que França ou Espanha abram os portos, mas estes países não apoiam a proposta.
O país pode contar, por agora, apenas com mais dinheiro da União Europeia.
Mais de 85 mil migrantes chegaram a Itália em 2017, tendo cerca dois mil morrido na travessia, de acordo com a Organização Internacional para as Migrações.
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