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Na passada terça-feira dia 15 de
Maio, o INE divulgou a sua estimativa rápida do Produto Interno Bruto (PIB) no
1º trimestre de 2018. Nesta estimativa rápida, tendo por base a informação já disponível
do 1º trimestre do ano, apenas é divulgada informação sobre a evolução do PIB
em termos reais, em relação ao trimestre anterior, variação em cadeia e, em
relação ao 1º trimestre de 2017, variação homóloga.
A variação em cadeia do PIB foi de
0,4%, enquanto a variação homóloga foi de 2,1%.
De acordo com o INE este ligeiro
abrandamento em cadeia e homólogo do PIB no 1º trimestre do ano - note-se que
no 4º trimestre de 2017, a economia em cadeia estava a crescer 0,7% e em termos
homólogos 2,4% - contribuiu em especial o comportamento negativo da Procura
Externa Líquida, com as Exportações a registarem uma desaceleração acentuada e
as importações a crescerem a um ritmo elevado. Os dados conhecidos em valor,
das Exportações e das Importações de mercadorias, referem que no 1º trimestre
do ano em termos homólogo as Exportações cresceram 2,7% enquanto as importações
cresceram 6,3%.
De acordo com a informação
desagregada conhecida sobre as exportações de mercadorias no 1º trimestre do
ano, o abrandamento verificado no crescimento das exportações de mercadorias
deve-se em especial às quedas homólogas das exportações de combustíveis (-110
milhões de euros e -10,2%), de produtos farmacêuticos (-110,7 milhões de euros
e -34,8%), de tabaco (-40,6 milhões de euros -24,8%) e de pasta de madeira
(-31,9 milhões de euros -18,9%). No caso dos combustíveis segundo informação da
comunicação social a queda registada resultou da paragem cíclica do
hydrocracker – equipamento chave na produção de gasóleo da refinaria da GALP -,
para trabalhos de manutenção durante todo o mês de Janeiro.
Enquanto as exportações de
mercadorias abrandaram consideravelmente, pelas razões acima expostas, já o
investimento ao que parece evoluiu bem enquanto o consumo privado abrandou
ligeiramente por razões que se prendem com um problema informático do fisco
ligado à emissão de matrículas de veículos automóveis, o que atrasou estas
vendas
Com estes dados disponíveis sobre a
evolução do PIB é possível desde já concluir que entre o final de 2017 e o 1º
trimestre de 2018, o crescimento do PIB anualizado baixou de 2,7% para 2,5%.
De acordo com projecções que efectuei
para a evolução do PIB em 2018, projecções estas em que levei em conta o
crescimento em cadeia do PIB nos vários trimestres dos últimos anos, é possível
prever-se que se nada de muito anómalo se verificar nos restantes três
trimestres de 2018, o PIB com grande probabilidade em 2018 situar-se-á entre os
2,2% e os 2,3%.
Por fim se acrescentarmos a estes
dados a evolução da inflação, que até ao passado mês de Abril em termos
anualizados se situava nos 1,1%, concluímos que de acordo com a famigerada Lei
nº53-B/2006, que procede à actualização das pensões e outras prestações sociais
do sistema de segurança social, as pensões até 1,5 IAS (cerca de 643 euros)
serão actualizadas em 2019 1,6%, entre 643 euros e 2 573 euros 1,1% e
superiores a 2 573 euros 0,9%. Dado que quase de certeza o PIB crescerá em 2018
acima de 2%, as pensões mais baixas (até 1,5 IAS) terão assegurado um
crescimento, de acordo com a lei, da inflação acrescida de 0,5p.p., as pensões
entre 1,5 IAS e 6 IAS serão actualizadas ao nível da inflação e as pensões
acima destes montantes terão uma actualização que resultará do valor da
inflação em 2018 menos 0,25 p.p.
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