Enquanto
as crianças brincam às manifestações pelo
clima,
e dizemos brincam porque não fazem uma pequena ideia do que está em
causa quanto a soluções, está
em preparação uma nova guerra
total. Os
media ignoram-no ou debitam a agenda de omissões
e mentiras, cozinhada pelos belicistas
fazedores de opinião do império.
Em
2021 o
Senado dos EUA
aprovou
a Lei
da Concorrência Estratégica
que visa mobilizar todos os meios estratégicos, económicos e
diplomáticos que permitiam
aos EUA enfrentar "os desafios que a China coloca à segurança
nacional e económica dos Estados Unidos." Atribuir-se
esta estratégia a Trump, foi mais uma maneira de desviar atenções.
A
lei também pretende fortalecer a ligação
dos Estados Unidos à América Latina e à África para impedir a
cooperação da China nessas duas regiões. O segundo objetivo é
envolver os
seus
aliados na
cruzada anti chinesa, especialmente a
UE.
O
Conselho do
Atlântico, emitiu
já
três
relatórios estratégicos sobre como promover a constituição em
Pequim de uma equipe moderada, pró-liberal,
conciliada
com os interesses dos EUA, “permitindo
ao
povo chinês emancipar-se
da tutela
do Partido Comunista e de seu líder maoísta Xi Jiping.”
O
caminho ficou
aberto para
a interferência direta dos EUA em disputas territoriais e marítimas
envolvendo a China, bem como a presença norte-americana nos
territórios e mares sob a soberania de Pequim.
Além
das numerosas bases americanas em forma de “cordão
sanitário”
em torno da China e
da
existente
concentração
naval
dos EUA,
será
agora
reforçada
por uma projetada
frota
de submarinos nucleares da
Austrália pelo acordo AUKUS entre os EUA, RU e Austrália, em
clara
violação
do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Com o
AUKUS,
a
agenda
é americana,
unilateral e obrigatória
para todos os seus aliados. A
questão de independência multilateralismo e da igualdade nas
relações internacionais, é
algo posto de parte pelos EUA para os seus aliados, sobre os quais
exercem um poder de suserania feudal.
Depois
do
fracasso geopolítico no Afeganistão e na Eurásia, o
AUKUS mostra a vontade dos Estados Unidos em avançar para uma nova
etapa da
sua ofensiva contra a China. Será interessante ver como a China, a
Rússia e o Irão
vão reagir! Tudo indica que, diante da agitação e
do entusiasmo dos EUA,
eles seguirão com determinação e criatividade os rumos que se
propuseram, cujos resultados são indiscutíveis. Ver:
La
Chine est plus que jamais dans le périscope de Washington ! --
Jean-Pierre PAGE
Os "estrategistas"
americanos e australianos dizem que os submarinos são necessários
para proteger as rotas comerciais marítimas da
Austrália até ao
seu
principal parceiro comercial... que é a China. Não faz sentido, a
única razão pela qual a Austrália se voltou política e
militarmente contra a China foi a chantagem dos EUA. Há
dois
anos, o polítólogo
americano John Mearsheimer foi
à Austrália para explicar aos australianos como funciona o
império.
Caitlin
Johnstone resume: “Algumas
pessoas dizem
que você pode seguir
com a China”, disse Mearsheimer. "Certo, você tem uma escolha: pode andar com a China em vez dos Estados Unidos. Primeiro,
se
você andar com a China, precisa entender que será nosso inimigo.
Você então decide se tornar um inimigo dos Estados Unidos. Porque,
estamos falando sobre intensa competição de segurança." "Você
ou
está
connosco ou contra nós", continuou ele. "E se você faz um
comércio significativo com a China e é amigável com ela, você
prejudica os EUA
nesta competição de segurança. E isso não vai deixar-nos
felizes. E quando não estamos felizes, você não pode subestimar o
quão desagradáveis
(nasty)
podemos
ser." Isto
é,
a
Austrália não alinha com os Estados Unidos para se proteger da
China. A Austrália alinha com os Estados Unidos para se proteger...dos Estados Unidos.
Poucos
se lembram disto,
mas
em
1975, os EUA
e o Reino Unido lançaram um golpe contra o primeiro-ministro
australiano Gough Whitlam, que levava
o
seu país para uma
via
independente.
Desde então, o
país sempre fez o que lhe
foi
mandado fazer. Ver:
Voici
la raison pour laquelle l'Australie a annulé son contrat d'achat de
sous-marins français
Enquanto
a China estabelece reações de investimento e trocas comerciais, os
EUA aumentam a corrida armamentista, desenvolvem estratégias de
confrontação, desprezam e condicionam os aliados. A
França, a própria UE, não podiam ser mais menorizados nestas
últimas ações dos EUA. Mas
as contradições existem, os EUA só as aumentam. Que vai acontecer
à prevista
assinatura do
acordo de investimentos entre Pequim e Bruxelas, já negociado por Xi
Jiping, Angela Merkel e Emmanuel Macron: o China Investment
Agreement. O comércio entre a China e a Europa é superior ao da
Europa com os Estados Unidos. Diga-se
que as trocas da China com países africanos são três vezes
superiores às do EUA.
Como
por
fim
os povos terão a última palavra, a
estratégia da desinformação dos media sobre estes temas é agora total.