O “ocidente” – ao qual pertencemos – afunda-se económica, social e politicamente. Mas além disto isola-se. A guerra na Ucrânia, evidenciou os limites do império e traçou o rumo de um mundo diferente que a Rússia e a China assumem em iniciativas económicas e políticas (Cinturão e Rota da China, Organização de Cooperação de Shangai, etc.)
Seria bom que algum “comentador” explicasse que espécie de futuro a “Europa” pode ter sem o comércio com a Rússia e com todos os outros Estados sob “sanções” - incluindo a China.
Eis algumas notas de Vijay Prashad, do Tricontinental Institute for Social Research historiador, escritor, jornalista. The World Does Not Want a Global NATO – Consortium News
Embora a NATO possa acreditar que possui autoridade global, sobre a maioria do mundo não tem. Governos que representam 6,7 mil milhões de pessoas - 85% da população mundial – recusaram-se a seguir as sanções impostas pelos EUA e seus aliados contra a Rússia, enquanto países que representam apenas 15% da população mundial seguiram essas medidas. Há ainda menos apoio ao esforço liderado pelos EUA e pela UE para fechar o espaço aéreo a aviões russos. Governos que representam apenas 12% da população mundial adotaram essa política, enquanto 88% não.
Alem disto, o pedido do governo Biden para que a Rússia fosse excluída da cúpula do G20 na Indonésia foi ignorado. Apesar do intenso apoio da NATO, os esforços para obter apoio para a Ucrânia foram um completo fracasso. Em 20 de junho, após vários pedidos, Zelensky dirigiu-se à União Africana; apenas dois chefes de Estado dos 55 membros da organização continental compareceram à reunião. Pouco tempo depois, o pedido de Zelensky para abordar o bloco comercial latino-americano, Mercosul, foi rejeitado.
A afirmação da NATO de ser “um baluarte da ordem internacional baseada em regras” não é compartilhada pela maior parte do mundo. O apoio às políticas da aliança militar está quase inteiramente confinado aos países membros e a um punhado de aliados que juntos constituem uma pequena minoria da população mundial. A maior parte da população mundial rejeita as políticas e aspirações globais da NATO
Na UE/NATO a “liberdade de informação” vive sob a censura para tudo o que contraria as ilusões imperiais. Vejamos algumas notas de Intel Slava Z – Telegram de agosto:
- A era da cooperação com o Ocidente acabou, não haverá retorno à situação antes de 24 de fevereiro nas relações com os EUA e a Europa – Lavrov
- Thomas Friedman está longe de ser um jornalista comum. Foi premiado três vezes com o Prémio Pulitzer. Friedman é conhecido por seus laços estreitos com as agências de inteligência americanas (CIA e similares) cujos membros muitas vezes se tornam fontes de seu material. Além disso, Friedman está no círculo de confidentes de Biden. De acordo com o jornalista, as autoridades dos EUA estão extremamente preocupadas com o comportamento da liderança ucraniana, e uma "profunda desconfiança" existe entre Biden e Zelensky, Uma preocupação para a Casa Branca foram as recentes decisões de Zelensky de demitir o chefe da SBU e o Procurador-Geral da Ucrânia. "É como se não quisessem que se chegasse ao fundo do que está acontecendo em Kiev com medo de encontrar corrupção ou outras maquinações, depois de todo o esforço que fizemos", escreve Fridman.
- A maior fabricante chinesa de células de combustível e baterias de íons de lítio do mundo, a CATL, adiou o anúncio para construir uma fábrica gigante de 5 mil milhões de dólares para fornecer baterias para veículos elétricos nos EUA após a visita de Nancy Pelosi, a Taiwan, informa a Bloomberg. A fábrica deveria empregar 10 000 trabalhadores e ser capaz de reduzir os custos existentes.
- O RU aliviou as sanções anti-russas na indústria da aviação, incluindo materiais para turbinas e componentes. É difícil sem titânio, não é?
- Entre os conhecidos americanos que discordam da versão oficial da Casa Branca sobre os acontecimentos na Ucrânia, junta-se (espantem-se): o economista (Nobel) neoliberal Jeffrey Sachs: o conflito na Ucrânia não terminará com a derrota de Vladimir Putin. “A Ucrânia desaparecerá do mapa, ou a terceira guerra mundial começará”, disse durante a conferência Free Thoughts on the Future. Sacks culpou o Ocidente por iniciar o conflito atual, dizendo que há apenas uma opção para acabar com as hostilidades: a NATO deve admitir que não se expandirá às custas da Ucrânia. A arrogância da aliança militar ocidental, que se recusou a levar em conta as exigências da Rússia para garantir sua segurança, é o motivo da eclosão das hostilidades no centro da Europa. E se o Ocidente realmente quer a paz, precisa acabar com a guerra contra a Rússia, não nos termos da NATO, mas com os interesses de Moscovo em mente.
Entretanto diz Donald Trump (que se foi encontrar com Orban da Hungria): Zelensky tem que chegar a um acordo com Vladimir Putin e abandonar a ideia de ingressar na NATO.
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