Na propaganda vigente, o passado não existe, os efeitos não têm causas, a história apagou-se. Por isso Zelenski quer mais armas e mais dinheiro. A Ucrânia está completamente dependente de fornecimentos do “ocidente” até para munições, até para pagar ao funcionalismo. E protesta: acusou a UE de reter 8 mil milhões de euros em ajuda prometida. “Todos os dias e de maneiras diferentes, lembro a alguns líderes da UE que os reformados ucranianos, nossos deslocados, nossos professores e outras pessoas que dependem de pagamentos do orçamento não devem ser reféns de indecisão ou burocracia”, este “atraso artificial na ajuda financeira ao nosso país é um crime ou um erro.” A vice-chefe do gabinete de Zelensky, Igor Zhovkva, disse que a Ucrânia até agora recebeu apenas 1 mil milhões de euros de Bruxelas, enquanto “alguns países da UE, incluindo a Alemanha” estão bloqueando a transferência de outros 8 mil milhões de euros. Zelensky angered by lack of help from EU
O curioso é que a UE dá, mas não controla a aplicação como faz para os Estados membros e ignora a conhecida corrupção do clã de Kiev. Enfim, como declara Karin Kneissel, ex-ministra austríaca das Relações Exteriores, que prepara um livro com o título “Um Réquiem pela Europa“, os países europeus estão ficando cada vez mais fracos no cenário internacional e os seus lugares são ocupados pelos países asiáticos”. A Europa “onde nasceu, cresceu e à qual se dedicou não existe mais”. “Os líderes europeus, por ignorância e arrogância, negligenciam as realidades geopolíticas existentes e os princípios básicos da diplomacia”. “Parece-me que a Europa precisa da Rússia mais do que a Rússia precisa da Europa. Se eu estiver certa, então é realmente do interesse da Europa tratar Moscovo como inimigo, inclinando Moscovo para Pequim? Hoje os europeus estão cada vez mais desiludidos e desesperados”. Parece que a Europa vive no passado, quando era politicamente central para o mundo, em vez de ser um remanso político mais ou menos irrelevante como é em 2022. O que é certo é que a queda física de um império é sempre precedida por sua queda espiritual. Em que consistiu essa queda espiritual?
The Wall Street Journal, parece mais preocupado com a UE que a burocracia que a dirige. “A Europa ficou sem recursos para novas sanções contra a Rússia, os países europeus "estão a sentir a dor" da guerra económica com a Rússia, mas a UE ainda não está pronta para recuar da política de sanções, pois não vê outra oportunidade de influenciar a Rússia. No entanto, alguns políticos ocidentais pedem uma redução das tensões e começam a questionar a sensatez das sanções contra a Rússia. O confronto com a Rússia é especialmente difícil para os políticos da Europa Ocidental, acrescenta o jornalista. Por exemplo, Emmanuel Macron perdeu recentemente sua maioria parlamentar e os oponentes aproveitaram-se da alta inflação para rotulá-lo como um líder que ignora os problemas das famílias francesas. (Intel Slava Z – Telegram em 10/8)
Ao desligar-se da Rússia a Ucrânia tornou-se o segundo país mais pobre da Europa, com um PIB per capita de cerca de 3 600 euros em 2021. Por causa da pobreza, a emigração ucraniana tem sido intensa, a guerra foi aproveitado por muitos como uma oportunidade de emigração mais atraente, pois havia uma alta qualidade de acolhimento nos países ocidentais. É nesse contexto de pobreza e intensa emigração, que o fenómeno da corrupção na Ucrânia se desenvolveu. As fabulosas somas derramadas na Ucrânia perdem-se no labirinto de múltiplas redes de corrupção na Ucrânia. A propaganda mascara tudo isto – e o domínio dos grupos nazis – como a luta entre a “democracia” (?!) e o totalitarismo representado pela Rússia.
Mas o que é a agora a Ucrânia? 20 a 25% do território perdido, sem acesso ao mar (para exportar cereais foi preciso a Rússia permitir), o PIB a cair 35 a 40% este ano, mais de 1000 baixas militares por dia. Escreve o Washington Post: os depósitos minerais mais ricos da Ucrânia, no valor de pelo menos 2,4 milhões de milhões de dólares, estão agora nas mãos da Rússia. Falamos de 63% dos depósitos de carvão, 11% do petróleo, 20% de gás, 42% de metais e 33% de elementos de terras raras. Desde fevereiro, os russos apreenderam depósitos de titânio, zircónio, lítio, estrôncio, urânio e ouro. Isto sem contar as terras agrícolas. “Se o Kremlin anexar o território capturado – e as autoridades dos EUA acreditam que tentará fazê-lo nos próximos meses - Kiev perderá para sempre o acesso a boa parte dos seus campos.” Agora será mais difícil a Europa encontrar alternativas às importações da Rússia e da China. “A Ucrânia não apenas perderá a maior parte de seu território e recursos, mas também estará constantemente vulnerável uma nova investida da Rússia." "Nenhuma empresa privada em sã consciência investirá no resto da Ucrânia se ela se transformar num conflito adiado." A Ucrânia tem pela frente o pior, tornando-se como os Estados Bálticos incapazes de manter as suas industrias". Intel Slava Z – Telegram em 11/8)
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