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19 de abril de 2017

Mais dinheiro para a banca ?

Os bancos já são do povo há muito!

Quando afirmámos há vários anos num programa do Prós e Contras (sobretudo Prós) que andávamos todos a pagar para a banca, trabalhadores, pequenos e médios empresários, reformados, o público que assistia aplaudiu.

Dias depois um ou outro escriba a soldo da banca veio dizer que não era bem assim.

Hoje não há muitas dúvidas na cabeça dos portugueses que estiveram e têm estado a trabalhar para a banca e que esta em vez de pertencer ao sector público, está nas mãos dos privados e cada vez mais mãos dos privados estrangeiros.

Vem isto a propósito de outra ajuda à banca. O BCE, a Comissão e agências de rating fazem pressão dizendo que um dos calcanhares de Aquiles da economia portuguesa é a situação da banca.

Carlos Costa, o das falinhas mansas, defendeu a criação de um banco mau para onde se despejavam as imparidades, o crédito mal parado
Bruxelas achava bem.
O governo empurrado por Bruxelas e pela banca também disse que seria uma solução. É claro que com o banco mau quem pagaria a factura seria o contribuinte. PCP e Bloco disseram que não. O banco mau “bad bank “ ficou a nadar em águas de bacalhau. Era muito visível.

Agora vem a esperteza de abater os prejuízos nos impostos, no IRC e contabilizar tais abates como activo do banco, ajudando a compor a exigência dos rácios. Assim segundo informa a imprensa o governo prepara-se para enviar à AR uma proposta de lei que permite aos bancos abater como custo final a totalidade dos chamados activos por impostos deferidos acumulados até ao final do ano passado.

Depois do dinheiro com que o Estado entrou diretamente na banca, depois de fechar os olhos às comissões e mais comissões bancárias, depois do frete do Fundo de Resolução temos ainda este “bodo aos pobres”dos banqueiros com os “impostos diferidos”! Tudo isto somado é superior à capitalização em bolsa da banca, que portanto devia ser pública, está paga e mais que paga.

Porquê um regime mais favorável para a banca? Então que se aplique a todas as empresas!

O artificio  é de tal ordem que o Estado para a opinião pública ver   cobra    por um lado uma taxa extraordinária ao sector financeiro, mas por outro, dá-lhe sub - repticiamente, créditos fiscais abdicando da receita,

Mas como estes milhões são menos visíveis a opinião pública em geral não dá conta. É isto a transparência do governo? PSD e CDS usaram e abusaram destes expedientes. O governo PS sozinho faria o mesmo.

O PCP já desmascarou esta espertice, mas é necessário que a denúncia e a oposição a este bodo tenham mais eco e amplitude e não passe na AR

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