Ricardo Paes Mamede considera que "não vai depender, seguramente, apenas de nós a existência do euro para toda a eternidade".https://www.dinheirovivo.pt/economia/paes-mamede-este-euro-nao-e-para-nos-portugueses/(...)
Se as negociações do Brexit correrem mal e derem origem a um grande contração da economia inglesa ou britânica; se nos Estados Unidos, este movimento que tem sido anunciado nestes dias de, não só aumento das taxas de juro centrais, mas de até retrocesso de redução dos estímulos monetários de compra de ativos… Aparentemente há intenção da Reserva Federal americana de começar a vender alguns dos ativos que comprou no processo de expansão monetária dos últimos tempos. Tudo isto, associado à incerta geopolítica que a nova administração tem, são riscos acrescidos… Um aumento da taxa de juro nos Estados Unidos teria impactos imediatos no aumento das taxas de juro na Europa também. E depois há o problema de instabilidade financeira mundial, o Bank of International Settlements [Banco de Pagamentos Internacionais] publicou, esta semana, um relatório sobre, precisamente, os riscos financeiros a nível internacional, e que chama a atenção para uma questão muito simples, que é: há ciclos financeiros que são muito claros nas últimas décadas, tipicamente a seguir a um período de enorme liquidez nos mercados, que é o que temos tido com os bancos centrais a tornarem muito fácil e muito barato o acesso a crédito e a expandirem no fundo a oferta de moeda pelas economias. Isto tem dado, sistematicamente, origem a formação de bolhas especulativas, em diferentes tipos de mercados, seja no imobiliário, seja nos mercados bolsistas, seja nos mercados cambiais, que mais cedo ou mais tarde dão origem a crises financeiras, que podem ser maiores ou menores. E, no dia em que isso acontecer, nós vamos voltar a ter problemas para sustentar o nível de dívida pública que temos em Portugal.(...)
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