Do facebook do Maj General Raul Luis Cunha
Mais uma tradução adaptada cuja leitura aconselho vivamente:
Mais uma tradução adaptada cuja leitura aconselho vivamente:
"Com
a queda de Krasnohorivka, as únicas áreas fortemente fortificadas ainda
controladas pelos ucranianos são as da aglomeração Toretske/Nova
Iorque, em frente a Horlivka e Ugledar, no canto sudeste da frente. As
áreas fortificadas de Bakhmut, Avdiivka, Pisky, Pervomaiske, Marinka,
Novomykhailivka e Krasnohorivka caíram todas. A aglomeração
Toretske/Nova Iorque está agora a começar a ser cercada pelo sul, à
medida que os russos se dirigem para o norte a partir de Ocheretyne e do
norte após a queda de Chasiv Yar. O avanço dos russos de
Novomykhailivka para Konstyantynivka cortará a última grande rota de
abastecimento para Ugledar, facilitando a sua queda. Ambos os objectivos
poderão muito bem ser alcançados no início do Verão. Nessa altura, não
restará mais nenhuma das fortificações que existiam e que foram
reforçadas durante uma década, sendo que os níveis colossais de
corrupção no seio do Estado ucraniano sugaram grande parte do dinheiro
destinado a linhas de defesa fortificadas adicionais e a campos minados.
Este
é um sintoma da força crescente e da melhoria das tácticas de um
exército russo que goza agora de uma superioridade esmagadora no que diz
respeito a artilharia e aeronaves, e que está rapidamente a alcançar o
mesmo rácio em relação ao número de drones. A táctica russa é usar esta
massiva supremacia para pulverizar as posições ucranianas antes das suas
tropas, as quais também desfrutam de uma supremacia esmagadora em
carros de combate e viaturas blindadas, avançarem. O resultado são taxas
de baixas entre 8:1 e 10:1 a favor dos russos, com as baixas ucranianas
a aumentarem cada vez mais. Numa altura em que as baixas russas estão a
diminuir significativamente, a taxa de baixas irá ficar ainda mais a
favor da Rússia. Por exemplo, a Rússia relatou as seguintes perdas
ucranianas, só no dia de 11 de maio: 1.650 baixas de militares (mortos,
feridos e prisioneiros). Mas com um cálculo deflacionado (a Rússia não
contabiliza os mortos causados por impactos longe da frente, além de
haver sempre corpos perdidos em qualquer campo de batalha), pelo que
este nº poderá facilmente chegar às 2.000 baixas num só dia. Além disso,
5 carros de combate (incluindo 3 Leopardos), 12 viaturas blindadas de
combate / viaturas blindadas de transporte de pessoal, 30 viaturas
motorizadas de caixa aberta (o que indicia a falta de viaturas
blindadas), 46 obuses/peças de artilharia, 3 sistemas de defesa aérea
superfície-ar. O elevado número de viaturas motorizadas é um sintoma da
rápida deterioração do exército ucraniano no sentido de ser agora uma
força predominantemente baseada na infantaria, dependente de viaturas
pessoais e “técnicas” (camiões com armas pesadas na caixa) para
transporte e poder de fogo móvel. Os 3 Leopardos (e as perdas recentes
de mais carros de combate Abrams) mostram algum desespero, pois até os
carros de combate ocidentais que ainda restam são atirados para a
frente, e as perdas brutais de artilharia demonstram a crescente
capacidade russa para destruir os restantes obuses e peças de artilharia
ucranianos. Os ucranianos acabarão por não ter mais problemas de
escassez de munições, pois não terão plataformas para disparar as
munições.
Na lista de baixas acima está incluída a
nova frente de Kharkov, que não só serve para aumentar as baixas
ucranianas como para redirecionar os reforços ucranianos para longe das
outras frentes. Os russos irão apenas aumentar a pressão sobre um
exército ucraniano que estará desprovido de fortificações protetoras,
desprovido de cobertura aérea, desprovido de sistemas antiaéreos,
desprovido de artilharia e desprovido de viaturas blindadas. Mesmo os
seus operadores de drones terão problemas crescentes à medida que forem
apanhados em zonas abertas e os sistemas de guerra electrónica russos
degradarem cada vez mais as capacidades dos seus drones. Ao mesmo tempo,
os fornecimentos de drones russos estão a aumentar exponencialmente, e
estes são as armas perfeitas (além dos helicópteros e aeronaves de asa
fixa) para atingir um inimigo cada vez mais a descoberto; a pé ou a usar
viaturas civis. Qualquer concentração de pessoal e material será
facilmente localizada e vulnerável a artilharia de precisão e a
bombardeamento aéreo, inclusive com as bombas pesadas guiadas cujo
fornecimento à força aérea russa continua a aumentar.
2.000
baixas por dia correspondem a 60.000 por mês. Assim, durante quanto
tempo poderá o exército ucraniano sustentar uma tal taxa de baixas,
especialmente quando as tropas da linha da frente somam talvez 250.000,
antes de ceder e entrar em colapso? Por quanto tempo poderá o moral das
tropas ucranianas sustentar esse nível de baixas e de ataques infernais
antes de entrar em colapso? Acresce que, como quaisquer recompletamentos
serão feitos com indivíduos que foram recrutados pela força para
servir, com pouca ou nenhuma instrução; constituirão uma verdadeira
carne para canhão, dado aquilo que vão enfrentar. A frente ucraniana
poderá rapidamente transformar-se num campo de tiro aos pombos (que
neste caso serão os militares ucranianos).
Tenhamos
presente que o Grupo Sever (Norte) russo apenas empenhou um primeiro
escalão aligeirado para os combates no norte de Kharkov (e mesmo assim
já rompeu as primeiras linhas de defesas ucranianas), se os escalões de
seguimento mais pesados forem introduzidos, as baixas ucranianas nessa
frente vão rapidamente aumentar. De registar também as baixas muito
elevadas na frente de Donestsk, onde a maior parte das áreas
fortificadas já foram conquistadas.
Existe também a
possibilidade de os militares russos abrirem uma nova frente na região
de Sumy, o que irá aumentar ainda mais as baixas ucranianas, ao mesmo
tempo que obrigará a estender as restantes forças ucranianas ao longo de
uma frente ainda maior. A que nível de baixas diárias o exército
ucraniano entrará em colapso, 2.000 por dia, 3.000 por dia, 4.000 por
dia? Os russos simplesmente continuarão a aumentar a pressão até que o
ponto de implosão seja alcançado. Ao não recuar para trás do Dniepre, as
forças armadas ucranianas correm o risco de um colapso total que
resultará na sua incapacidade de defender o resto da Ucrânia. As
afirmações da OTAN sobre o envio das suas próprias e escassas forças,
que já esgotaram parte do seu pouco equipamento e das suas munições,
para rearmar a Ucrânia, são simplesmente reflexões delirantes que
perante a realidade sofrerão um duro decepção. A Ucrânia e a OTAN estão
agora a verificar a justeza da Lei de Murphy que diz “Nenhum plano de
batalha sobrevive ao contacto com o inimigo”. Será que finalmente
compreenderão que os seus anteriores planos são agora todos
irrelevantes? Só uma postura ponderada e não agressiva e que contenha
uma séria reavaliação das suas ambições terá alguma esperança de limitar
as suas baixas e impedir uma ainda maior humilhação."
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