John Mearsheimer, cientista político americano, especialista em relações internacionais, Distinguished Service Professor na Universidade de Chicago, com prémios e doutoramentos honorários em diversos países, põe em causa o coeficiente de inteligência (QI) de políticos e comentadores. "Os falcões da guerra da Europa querem que a Rússia concorde com garantias de segurança que incluam forças da NATO em solo ucraniano." “Acho que qualquer pessoa com QI triplo dígito (100 representa valor médio do QI) e interesse em factos e lógica entende que isso não vai acontecer.” "Garantias de segurança para a Ucrânia só podem ser integradas num acordo final de paz." Considera também que as sanções são irrelevantes para o desfecho do conflito na Ucrânia. O conflito será “decidido no campo de batalha” e a ideia da derrota da Rússia é “risível”.
A Rússia através de Lavrov tem insistido em que, de acordo com os critérios da OSCE, a segurança é indivisível, isto é não pode ser obtida para uns à custa da insegurança de outros. É evidente - em termos de QI médio... - que colocar tropas da NATO na Ucrânia, é dar garantias equivalentes ao art. 5º do tratado da NATO, a via mias rápida para uma guerra europeia total. Na realidade, os que tal defendem estão a promover a insegurança.
A reunião do Alasca pôs os belicistas europeus em transe. Não entendem que é uma consequência do fim da hegemonia dos EUA. Para Jeffrey Sachs o domínio unipolar dos EUA, não passa de um mito, que morreu no momento em que nações soberanas se recusaram a submeter-se à vontade dos EUA. Os EUA não são mais o hegemónico. Enfrentam muitas outras potências e não podem impor sua vontade à Rússia.
Quanto à Europa, diz ainda Jeffrey Sachs, está cada vez mais encostada na parede e recusa-se a dialogar com a Rússia, seu vizinho. "Líderes completamente incompetentes, como von der Leyen, Costa e outros, insultam a China durante visitas diplomáticas, queimando pontes com um parceiro crucial. Querem romper relações com todo mundo". Curvam-se aos EUA como vassalos, mesmo quando Trump os despreza abertamente. Nenhum dos líderes europeus é honesto com o povo ucraniano ou com seus próprios cidadãos, precisavam agir como líderes, parar de se esconderem atrás do “estamos com Zelensky” e conversar com seus pares. Mas nenhum deles, é honesto.” Sacks não deixa de ter razão. Afinal, o que pensa ou pretende o povo ucraniano? Não realizam eleições, não fazem ou não divulgam sondagens. A Rússia apesar de "estar derrotada e com a economia em recessão", como os comentadores diziam, fez eleições.
Um sondagem revelou que 82% dos ucranianos é a favor de um processo de negociação, apenas 11% dos entrevistados apoiam a continuação da guerra, de acordo com uma pesquisa da agência “Rating”. Além disso, 58% considera ser mais importante obter garantias de segurança do que recuperar territórios perdidos (31%).
As "garantias de segurança" propostas pelos belicistas europeus são na realidade uma sobrecarga financeira para a população europeia, colocando a Ucrânia e seus problemas na dependência da UE/NATO. Como vai a Ucrânia ser sustentada na guerra e no pós-guerra? Um país falido, uma catástrofe demográfica, desaparecimento ou fuga de gente competente, despojado da maioria de suas regiões industriais e mineiras, centenas de milhar de milhões de dólares para reconstrução. Como pensam manter um exército de 700 mil ucranianos?
É de facto difícil entender como os líderes belicistas europeus pensam aumentar a sua a influência geopolítica hostilizando a Rússia, com palavras, armamento, conselheiros, mercenários, apoio logístico, sanções (já vai no 19º pacote - Israel zero!).
Depois de durante meses se recusarem ou colocarem toda uma série de condições para negociações agora protestarem por não fazerem parte das negociações ou acusem a Rússia de não querer negociar - quando nem sequer se recusou a reunir-se com Zelensky.
Ambos os lados estão irredutíveis, dizem comentadores, mas o dinheiro da UE/NATO continua a correr para financiar Kiev, sua administração, sua corrupção e o seu exército. Embora totalmente comprometidos aqueles líderes políticos e comentadores não são capazes de alterar o discurso. Mas são, em consequência, geopoliticamente cada vez mais irrelevantes. Douglas Macgregor, desmonta as ilusões da Europa sobre a Ucrânia: Agora são potências menores. Não têm o poder militar, muito menos poder económico".
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