Do General Raul Luís Cunha
Pelos vistos mais uma vez tenho de me explicar aos meus
amigos aqui no FB. Ultimamente, detectei na minha página um
procedimento, que começa a ser habitual, por parte de quem fica
incomodado com o conteúdo dos meus ‘posts’ e por não terem substrato
para apresentar, ao invés de argumentar face ao conteúdo dos mesmos, vêm
expor os estafados chavões e palavras de ordem da propaganda ocidental e
aproveitam para exibir as suas preferências face às personalidades e
países em confronto. Exemplos:
- Quem é que invadiu o território de um país soberano?
- Quem é que bombardeia civis inocentes?
- O Putin é ou não é um ditador?
- Porque é que você critica sempre o Ocidente e diz bem da Rússia?
- Entre o Putin e o Zelensky prefiro o último que está a defender o seu povo…
Ou
seja, vê-se bem que não têm lido nada daquilo que tenho vindo a
escrever, que persistem em não irem estudar com rigor todas as
envolventes do conflito, que só acordaram para o que se passa naquela
região no dia 24 de fevereiro, que os 46 anos de doutrinação do regime
anterior produziram os seus efeitos, que transformaram o seu
anticomunismo primário em russofobia ainda mais acesa, e, no cômputo
geral, que não percebem (nem querem perceber) nada do que se está a
passar e, ainda por cima, têm raiva a quem os tenta fazer perceber.
Mais
uma vez, para que conste e para que não me venham provocar aqui no meu
mural com esse tipo de intervenção, passo a clarificar o meu
posicionamento nestas questões:
- Sou um europeísta
convicto e entendo que a Europa está a ser imensamente prejudicada por
seguir cegamente os ditames da potência hegemónica (que faz o seu papel e
que eu compreendo). Considero mesmo uma verdadeira traição o
posicionamento e as decisões que a presidente da CE e os seus capangas
da comissão (com o sr. Borrel à cabeça) e os líderes da maioria dos
países da UE, têm aprovado e tentado aplicar. Sempre pensei que a Europa
devia negociar preferencialmente com a Rússia e considero um erro fatal
o ter-se atirado com ela para os braços da China.
-
Fui oficial e agente activo da ONU, da UE e da OTAN, mas, na minha
opinião os dirigentes destas organizações estão a trair os seus
princípios e valores e, consequentemente, a arrastar-nos a todos para o
abismo.
- Em relação aos srs. Putin e Zelensky,
considero que são ambos ditadores (mesmo que legitimados
eleitoralmente), mas enquanto o russo tem um comportamento de um
autêntico estadista, não mente e defende os reais interesses do seu
povo, o outro energúmeno é um vigarista, mentiroso, bandido e para se
safar enterrou todo o seu bom povo ucraniano, que merecia melhor sorte.
-
Sou profundamente contra aqueles que entendem que só há duas opções: ou
se é a favor da Ucrânia, ou da Rússia, pois, como noutros tipos de
confrontos, temos de tentar encontrar alguma neutralidade, para podermos
julgar com verdade o que se passa. Portanto, admito desde logo que
tanto gosto das ucranianas como das russas… aliás, sempre gostei das
mulheres eslavas. Confesso também que, já em termos militares, gosto
mais do comportamento dos russos. Logo no início me gerou alguma
repulsa, a forma como os grupelhos nazis ucranianos usavam os civis como
escudos e tratavam com os prisioneiros de guerra de uma forma ignóbil.
Por outro lado, e quando compreendi o sentido da manobra inicial das
forças russas, fiquei a respeitar a mestria do comando russo em termos
de arte operacional. Já o disse uma vez e repito: tive a honra de
comandar oficiais russos e ucranianos e considero-os extremamente bem
formados e competentes.
- Continuo convicto que
esta guerra podia ter sido evitada se os EUA e a GB não tivessem
pressionado o Zelensky a optar por ela. Considero também miserável o
comportamento cobarde de Macron e Scholtz cujos países eram garantes dos
Acordos de Minsk e pouco ou nada pressionaram para que fossem
cumpridos.
- Acho incrível e fico absolutamente
pesaroso por ver como é possível que um país com as fabulosas
características que o conformam, com os magníficos recursos naturais de
que dispõe e com um povo na sua maioria honesto e trabalhador, se tenha
deixado arrastar por uma clique de extremistas fanáticos xenófobos e
bandidos, para a miserável situação em que agora se encontra.
-
A situação da guerra na Ucrânia está cada vez mais perigosa e continua a
escalar para patamares em que será muito difícil controlar os eventos.
Hoje mesmo, o Ministro russo Shoigu telefonou a todos os seus principais
congéneres ocidentais a alertar que a Ucrânia se prepara para deflagrar
uma bomba “suja” em território que controla (talvez Nikolaev) para
culpar os russos e provocar a intervenção da OTAN – entretanto a 101ª
Divisão Aerotransportada dos EUA já está ali mesmo à beira… será só
coincidência? Ou seja, estamos mesmo na iminência de um confronto
nuclear em que seremos todos vaporizados… com excepção dos “falcões” que
o exigem pois acham que os poucos abrigos que há os protegerão.
-
Quanto aos meus compatriotas que agora cantam loas ao palhaço e que
acreditam em tudo o que vêem e ouvem nos media, deixem-me que vos diga
que nunca vi tanta mentira, mistificação, vigarice, oportunismo e
descarada censura como agora. De facto, eu devia já ter aprendido qual o
verdadeiro carácter do “tuga” – a moral é só para os outros
respeitarem, quando se trata da própria pessoa, já vale tudo…! E lá no
fundo, continuamos a ser os mesmos vira-casacas de sempre. Até já
constatei camaradas meus que, à procura de visibilidade, comentam a
aldrabar e estando perfeitamente conscientes que o estão a fazer. E, que
dizer da “bufaria” que por aí anda, com a Ana Goebbels, jornalistas e
politiqueiros a denunciarem e a pedirem a cabeça dos que tentam
esclarecer com verdade todos nós. Até já vi um órgão de informação a
pedir que a liberdade de imprensa e de informação não seja respeitada.
Até um presidente, que jurou defender a constituição, assobia e tira
mais uma selfie enquanto a mesma é violada.
- Meus
amigos, os meus ‘posts’ apenas têm o intuito de esclarecer quem os lê e
ofendem-me quando vêem para a minha página armados com uma eventual
superioridade moral debitarem as “bocas” que ouviram na tv, cuspidas
pelos comentadores do regime. Quem não concordar com o que escrevo,
apresente argumentos para o debate e não os estribilhos da treta. Não
procuro a unanimidade (como já fui acusado), nem o elogio, mas não
aceito nem a ofensa nem a provocação. Quem não concorda com estas regras
é favor abster-se de me visitar. Esta é que é a verdadeira “Rules based
order”…! Ehh, eh, eh !!!!
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