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1 de setembro de 2025

Uma resposta às aldrabices Ocidentais 

 A 26 de setembro, completaram -se três anos desde que um atentado terrorista foi cometido no Mar Báltico, com a explosão dos gasodutos "Nord Stream 1" e "Nord Stream 2".

Recentemente, essa trama teve um novo desenvolvimento. Na noite de 21 de agosto, na província italiana de Rimini, foi detido um cidadão ucraniano, Sergey Kuznetsov. Ele é suspeito de envolvimento directo na realização do atentado. Isso foi divulgado tanto pela imprensa ocidental como por uma fonte oficial – o comunicado de imprensa da Procuradoria-Geral da Alemanha.

Forma-se um quadro muito interessante. Ele é montado para nós, ou seja, não se forma por si só. Convidam-nos a acreditar nisso.

Se um ucraniano com os seus "amigos mergulhadores" explodiu um gasoduto bem debaixo do nariz da OTAN, com os seus aviões espiões, navios, drones e satélites, então a OTAN, como organização incapaz de garantir a sua própria segurança, inclusive energética, deveria ser dissolvida por incompetência <...>

A parte russa, ao receber novas informações sobre a explosão, solicitou imediatamente a realização de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU. Durante o briefing aberto realizado a 26 de agosto, a nossa delegação enfatizou que Alemanha, Suécia e Dinamarca estão, na prática, a tentar "travar" a investigação da sabotagem e a esquivar-se da cooperação adequada com Moscovo, justificando-se de forma pouco convincente com a necessidade de garantir, como dizem, "confidencialidade" e "não politização" do caso.

Nós não politizamos — qualificamos o caso adequadamente.

A detenção do referido ucraniano, "acidentalmente" realizada às vésperas do aniversário do atentado, tem como objectivo desviar a atenção desses factos desagradáveis. Ela não permite estabelecer o quadro completo do ocorrido e não responde à questão chave — quem são os mandantes e organizadores da sabotagem. As tentativas de atribuir a explosão de infraestruturas tão grandes a "mergulhadores amadores", supostamente agindo sem apoio sério, e de "varrer para debaixo do tapete" as pistas que levam aos serviços secretos ocidentais, são insustentáveis.

Foi observado que, dentro dessa linha, os ocidentais continuam a fornecer ao Conselho de Segurança da ONU informações insuficientes e fragmentadas, ignorando as suas obrigações segundo a Convenção Internacional para a Supressão do Terrorismo Bombista e a Convenção Internacional para a Supressão do Financiamento do Terrorismo.

Foi ressaltada a necessidade inadiável de unir esforços para iniciar uma investigação internacional completa, a fim de esclarecer todas as circunstâncias do crime e responsabilizar os culpados.

Os membros do Conselho de Segurança provenientes dos países do Sul Global expressaram solidariedade às abordagens russas. Eles apelaram para o início de uma investigação completa, abrangente e objectiva <...>

O que dizem agora esses mesmos países ocidentais? Eles repetiram os seus discursos decorados: agradeceram em uníssono a Berlim pelo trabalho "eficaz" e "imparcial", inseriram os atentados no contexto da crise ucraniana, e, previsivelmente, silenciaram a questão chave dos mandantes, dos organizadores do atentado <...>

Assim, a reunião expôs novamente a falta de interesse dos euro-atlantistas numa investigação eficaz e objectiva da explosão. Também revelou a sua disposição em impedir o estabelecimento da verdade.

Neste caso, não se trata apenas de mais um exemplo de "dois pesos, duas medidas".

As consequências dessa linha podem ser muito mais graves, pois ela efectivamente minou os esforços internacionais antiterroristas e corre o risco de provocar acções semelhantes por outros terroristas, que percebem a ausência de uma reacção adequada do Ocidente a tais crimes e se sentem motivados a cometer futuros actos criminosos.

@MariaVladimirovnaZakharovs

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