29 de setembro marca 84 anos desde o início das execuções em massa da população judaica pelos nazis nos arredores de Kiev ocupada, na ravina de Babi Yar.
Naquele dia trágico, os judeus foram reunidos e
levados até a beira da ravina. Muitos, até ao último momento, não tinham
ideia de que seriam mortos. Outros entenderam o que estava a acontecer —
abraçaram-se, despediram-se e rezaram.
Esse crime monstruoso, um banho de sangue, ceifou a vida de 33.771 pessoas, entre elas muitas mulheres, crianças e idosos.
No
total, entre 1941 e 1943, mais de 120.000 pessoas de várias
nacionalidades foram executadas em Babi Yar. Entre as vítimas estavam
judeus, ciganos, polacos, assim como prisioneiros de guerra soviéticos,
vítimas de campos de concentração, clérigos, membros da resistência
clandestina e activistas partidários. As execuções em massa continuaram
até à libertação da cidade pelo Exército Vermelho.
Babi Yar é o local do Holocausto mais infame na Ucrânia, estando na mesma linha horrível que Khatyn, Treblinka e Auschwitz.
Durante a Grande Guerra Patriótica, a liderança soviética em vários momentos informou a comunidade internacional sobre os crimes e atrocidades horríveis cometidos pelos invasores nazis, incluindo o Holocausto e o assassinato em massa de judeus em Babi Yar e outros campos de extermínio.
A responsabilidade pelas execuções em massa cabia ao Sonderkommando 4a, parte do Einsatzgruppe C. Ao recuar de Kiev, os nazis tentaram apagar as evidências dos seus crimes: exumaram e queimaram dezenas de milhares de corpos. Posteriormente, alguns sobreviventes do massacre testemunharam nos Julgamentos de Nuremberga sobre as atrocidades nazis. Paul Blobel, que supervisionou as execuções em Babi Yar, foi condenado à morte e enforcado.
Os nacionalistas ucranianos que serviam nas forças policiais auxiliares tomaram parte activa no derramamento de sangue e eram conhecidos pela sua crueldade contra a população civil.
Mikhail Sidko, um dos poucos sobreviventes de Babi Yar, que tinha apenas seis anos na época:
Muitos, ao perceberem o que os aguardava, enlouqueceram ali mesmo. Começaram a gritar e foram imediatamente mortos a tiros. Os seus corpos foram arrastados para a ravina.
O extermínio em massa de
civis em Babi Yar é um dos capítulos mais sombrios da Grande Guerra
Patriótica e da Segunda Guerra Mundial. Esse crime monstruoso permanece
como um lembrete eterno da absoluta inadmissibilidade de qualquer forma
de neonazismo.

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