Num comício partidário a Sra. Merkel afirmou que a Europa deve marcar o passo pelo padrão germânico. A Europa alemã, a Alemanha como padrão!
Disse a Sra. Merkel: «não se trata de só de não contrair dívidas. Em países como a Grécia, Espanha e Portugal as pessoas não devem poder ir para a reforma mais cedo do que na Alemanha» e acrescentou «não podemos ter a mesma moeda e uns terem muitas férias e outros poucas».
Muito bem Sra. Merkel, e já agora devia acrescentar que devia haver o mesmo nível de salários, de pensões, de subsídios de férias e de prestações sociais! E mesmo em relação às férias as empresas concedem aos trabalhadores, pelos contratos de trabalho, muito mais que o mínimo de 20 dias de férias e que na maioria dos contratos de trabalho estas ultrapassam os 30 dias úteis!!!
O Populismo e o nacionalismo voltam de novo à Alemanha. A sua arrogância é inaceitável. A Alemanha foi o país que mais beneficiou com o euro e a política do BCE que tem sido conduzida segundo os seus interesses.
Com estes dirigentes políticos a soprar nas velas do nacionalismo não é de espantar que depois apareçam cidadãos alemães a afirmarem que em Portugal se come duas vezes por dia – como se a refeição fria que muitos alemães fazem ao almoço não fosse refeição – ou que os gregos deviam vender algumas das suas ilhas ou que Portugal devia vender o seu ouro, etc., etc.
Mas não há é nenhum comentário sobre os juros agiotas que os seus Bancos cobram aos empréstimos aos países periféricos.
Com estes juros agiotas e com a imposição das privatizações, a preço de saldo, o que se passa é que são os portugueses, os irlandeses, os gregos e os espanhóis que estão a pagar as pensões aos alemães, franceses e ingleses e a entregar milhões do seu património para esses países.
A apresentação formal por parte de Portugal da renegociação da dívida levaria de imediato a Sra. Merkel e o Sr. Sarkozy a dançar o fandango e a renegociar o dito resgate da troika, porque eles fogem a sete pés da renegociação. E fogem porque querem dar tempo aos seus Bancos para se desfazerem dos títulos da dívida dos países periféricos e para que o euro não seja objecto de especulação na sua disputa com o dólar.
Agora Portugal tinha e tem força negocial o que não acontecerá em 2013! Agora tinha força para colocar a Sra. Merkel no seu devido sítio
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