O resultado seria idêntico, o
que ficaria no ar seriam as acusações iniciais. Ora devemos sempre recusar
dilemas, por isso o líder do grupo disse calmamente à outra parte: os senhores estão
mal informados e rebateu tudo o que tinha sido afirmado.
Vem isto a propósito dos “mal
informados” – o eufemismo para reincidentes mentirosos – que fazem carreira na
e com a política de direita. Passos Coelho inventou suicídios nos recentes
fogos, esquecia aliás o acréscimo de suicídios a que as políticas de
austeridade dão origem.
No Parlamento o que mais vimos
foram protagonistas da política de direita “esquecidos” e “mal informados”. O
incrível Teixeira dos Santos (Sócrates, escolhia-os bem…) disse que tinha
decidido daquela forma (diga-se que mal) com a informação que tinha na altura!
Carlos Costa também, estava “mal
informado” por auditores de elevado nível internacional sobre os bancos em
crise… Vítor Constâncio, outro tanto. Cavaco Silva, na arrogância das suas
bravatas reacionárias dizia que estudava meticulosamente todos os dossiers
sempre no "interesse nacional". Depois de ter enganado os portugueses acerca do
BES e não só veio afirmar que se baseara nas informações que lhe tinham sido
dadas! Mas quem?
Passos Coelho que antes das
eleições de 2011 também tinha estudado todos os dossiers, depois veio dizer que
estava mal informado acerca da situação do país quando a sua prática negava
tudo o que prometera aos eleitores.
Aqueles gestores considerados
sumidades da eficiência capitalista, como o Zeinal Bava ou Ricardo Esprito
Santo, que ou não se lembravam, não sabiam, ou estavam mal informados sobre o
que se passava na sua empresa apesar de ganharem milhões por ano e segundo as
suas teorias o salário dever corresponder ao bom desempenho. Mas não é suposto
os “mercados” darem todas as indicações corretas para a “livre escolha” e os
“ajustes automáticos” nos quais se baseia o totalitarismo económico em que
vivemos?
É espantoso que a direita tão
assertiva esteja sempre “mal informada”. Os deputados da direita não deixam de adotar também este sistema.
Maria Luís Albuquerque, não estava mal
informada, simplesmente mentia ao Parlamento assim o referiu Miguel Tiago do PCP.
Nas audições parlamentares sobre
as PPP a situação incrivelmente desfavorável para o Estado daqueles contratos
resultou de “má informação” dada por conceituados “especialistas”
internacionais. Apesar de serviços do Estado contestarem os números
apresentados quase foram objeto de procedimento disciplinar pelo secretário de
Estado da altura (PS).
Que dizer então de alunos que
dando respostas erradas num exame viessem depois dizer que “estavam mal
informados” ou “esquecidos” da matéria? Será então que a direita merece melhor
tratamento que cábulas daquele género?
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