A barricada da Place Blanche defendida por mulheres, litografia de Hector Moloch (CC - Wikimedia)
A Comuna de Paris, o banco e a dívida
Por ocasião do 150 º aniversário da extraordinária experiência da Comuna de Paris, é essencial retirar uma série de lições. Decisivas são as medidas que um governo toma em relação ao Banco Central, as dívidas das classes populares, as dívidas públicas e os bancos privados. Se um governo popular não implementa medidas radicais na área de finanças, ele assume a responsabilidade de um fracasso que pode ter consequências dramáticas para a população. A Comuna é um exemplo emblemático. É por isso que devemos analisar essa experiência extraordinária e dramática desse ângulo.
Resumo
- O papel da dívida no nascimento da Comuna de Paris
- Quem iria pagar a dívida?
- Medidas positivas da Comuna em relação a aluguéis e outras dívidas
- A Comuna de Paris cometeu o erro fatal de não assumir o controle do Banque de (...)
- O fio condutor dos acontecimentos relativos ao Banque de France e uma tentativa de explicação
- Um governo popular deve colocar em prática uma solução radical para o Banco ...
- Várias lições da Comuna de Paris
- A ação resoluta da Rússia dos Sovietes e da revolução cubana em relação ao banco (...)
- Os ensinamentos da Comuna de Paris foram amplamente perdidos
- Grécia 2015 ou o fracasso da moderação
- Conclusão
- Anexo 1. Alguns exemplos de medidas financeiras tomadas por governos de (...)
- Anexo 2. Um resumo de Friedrich Engels das medidas tomadas por La Commune
- Anexo 3. Prosper-Olivier Lissagaray no Município e no Banque de France
- Anexo 4. Cronologia da história da Comuna de Paris (por Michèle Audin)
- Anexo 5. Durante a Comuna de Paris, a participação das mulheres é espetacular
- Anexo 6. Louise Michel e Le Figaro
- Anexo 7. Victorine Brocher (1839-1921)
- Anexo 8. Proudhon e os direitos das mulheres
- Anexo 9. Proudhon e o Banco do Povo
- Anexo 10. Proudhon e escravidão
- Anexo 11. Apresentação do livro publicado pela Syllepse em Paris
Num documento adotado em solidariedade coma Comuna em 30 de maio de 1871 pela direção da Associação Internacional dos Trabalhadores (também conhecida como Primeira Internacional), Karl Marx sublinhou o enorme peso da dívida pública que beneficiava a burguesia francesa e que pesava sobre o governo “republicano” de Thiers que substituiu o de Napoleão III: “O Segundo Império mais que duplicou a dívida nacional e endividou pesadamente todas as grandes cidades. A guerra havia aumentado os fardos de uma forma assustadora e devastado impiedosamente os recursos da nação. Marx acrescentou a isso as despesas representadas pela manutenção de meio milhão de soldados prussianos em solo francês, a indemnização de cinco bilhões reclamada por Bismarck e os juros de 5% a serem acrescidos a essa soma em caso de perda. [4].
Quem iria pagar a dívida?
E Marx faz a pergunta: "Quem iria pagar a conta?" "Ele respondeu que, do ponto de vista da burguesia e de Thiers, era apenas esmagando o povo pela violência", que aqueles que se apropriaram da riqueza podiam esperar fazer com que os produtores dessa riqueza arcassem com os custos. De uma guerra. eles próprios provocaram. Segundo Marx, a fim de forçar o povo da França a concordar em sangrar nas veias para pagar a dívida pública, o governo de Thiers estava convencido de que deveria provocar uma guerra civil durante a qual acabaria com a guerra. pessoas e forçá-los a pagar a conta.
Bismarck compartilhava dessa opinião e estava convencido de que, para ter uma França dócil pronta para atender às condições impostas pela Prússia vitoriosa, o povo deveria ser esmagado, a começar pelo de Paris, mas ele não queria usar o exausto exército prussiano para este propósito. Ele queria que Thiers fizesse o trabalho sujo.
Thiers havia tentado, sem sucesso, convencer Bismarck a enviar suas tropas a Paris.
Para continuar o pagamento da dívida nacional que beneficiava a burguesia, e para começar a pagar a dívida de guerra, Thiers procedeu a um empréstimo de 2 bilhões de francos nas semanas anteriores à Comuna [ 5 ] . (...)
https://www.cadtm.org/La-Commune-de-Paris-la-banque-et-la-dette
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