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7 de março de 2011

Acabou a electricidade barata

António Mexia, antigo ministro das Obras Públicas do Governo de Santana Lopes e actual Presidente do Conselho de Administração da EDP, em entrevista ao caderno de Economia do Expresso avisa os portugueses de acabou a era da electricidade barata.

Há muito que os portugueses sentem isso na sua conta da electricidade não precisava de se incomodar ao afirmá-lo.

Se há coisa que não se pode dizer da sua gestão é que tenha apostado numa politica tarifária que tenha salvaguardado o poder de compra dos portugueses.

Desde que assumiu a presidência da EDP em 2006, os preços da electricidade para os consumidores domésticos (famílias) subiram 19.2%, enquanto a inflação acumulada foi de 9,1%, logo a subida da electricidade foi superior à inflação em 9,3%. Em termos reais a electricidade está mais cara 9,3%, do que quando este Sr. António Mexia foi nomeado Presidente da EDP.

Encontrapartida os lucros líquidos da EDP nos últimos 5 anos foram de 6 339,5 milhões de euros, isto é, 1 267,9 milhões de euros por ano.

Percebe-se que os accionistas da EDP estejam satisfeitos com a sua gestão e em especial os investidores estrangeiros, que representam já cerca de 50% do capital da Empresa, da mesma forma que facilmente se entende que as famílias portuguesas se insurjam contra a politica tarifária da EDP.

Percebem agora cada vez mais as famílias portuguesas porque é que o PCP sempre se bateu contra a privatização desta empresa e ainda hoje defende a sua nacionalização.

Enquanto os sectores fundamentais da economia, entre os quais o sector electrico, não estiverem nacionalizados, o papel de Mexias e quejandos é sacar o máximo que puderem do bolso das famílias, para engrossarem os lucros dos seus accionista nacionais e estrangeiros, sejam eles grupos financeiros, fundos de investimento, fundos de pensões ou outras empresas do sector que espreitam as melhores oportunidades de negócio e que se estão nas tintas para a importância crescente do serviço público de fornecimento de electricidade na qualidade de vida das populações.

1 comentário:

efernandes disse...

pelo que é dito, percebe-se tudo!