Logo a seguir ouvimos Cristas , depois o PR a defender mais uma Comissão Permanente , depois o PSD... Mais Comissões , mais inquéritos , mais legislação... Custa pouco e dá nos telejornais...
"Sobre o que consta da legislação e não se concretizou. Sobre o que se exige ao pequeno agricultor e não se impõe à Brisa, CP/IP, EDP e companhia.
Continuem a falar da responsabilidade da pequena propriedade florestal, sem avançar um cêntimo no investimento nas bouças e matas da pequena propriedade. Continuem a fazer alterações sobre alterações nos PROF – Planos Regionais de Ordenamento Florestal. Façam de conta que não existe o ICNF, Áreas Protegidas, secretarias de Estado e um Ministério da Agricultura e um Ministério do Ambiente.
Alguma coisa de novo. Não. Tudo velho. Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.
Repetiu-se e repete-se o que aconteceu depois de 2003 e 2005. Os governos, PS e PSD/CDS, que se seguiram legislaram, alteraram sobretudo legislação, melhoraram um ou outro aspecto do combate, e deixaram tudo na mesma, na Floresta, até que chegamos a 2017! Não ter nos anos que se seguiram incêndios florestais com as dimensões de 2003 e 2005, servia para louvar a acção governativa! Até que chegou a prova do algodão, isto é as tragédias de Pedrogão e das Beiras.
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O mais grave, não é a falsidade da imagem que se pretende vender! É que tal posicionamento é o principal bloqueio à tomada das medidas necessárias! Esconde as enormes falhas e problemas da floresta! Disfarça as fragilidades do sistema de combate! Impede que se tomem as medidas necessárias. Oculta a impotência, autoassumida por opção política, de sucessivos governos. E do actual também.
Impede que se assuma com clareza o que não foi feito! Que se diga com total transparência o que falta fazer! Que se assuma que este é um trabalho para anos, e não se compagina com umas limpezas de valetas e a remoção de alguma vegetação junto das habitações – a fraude de uma campanha, que a não se emendar a mão, amanhã vamos todos pagar muito caro! Há que assumir que o balanço desse trabalho tem que ser rigoroso, exacto, concreto, de pormenor! Ora ninguém sabe com rigor o que foi feito. Julga-se que nem o Governo sabe. E que se vão enganando com as lérias que contam uns aos outros e sobretudo às televisões jornais e rádios!
Até que Monchique chegou. Outro nome para Pedrogão. O não morrer gente permite respirarmos de alívio. Algumas mortes já tinham acontecido. Mas foi depois de muitos incêndios sem mortes, que chegou Pedrogão. E depois o 15 de Outubro nas Beiras."
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